Quedas generalizadas

No vermelho: Azul despenca, Gol dispara e varejo desaba - quase ninguém escapa do tombo

Em dia tenso para os mercados, Azul desaba 5,56% após corte de rating, Gol sobe 35% com avanço no Chapter 11.

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No vermelho: Azul despenca, Gol dispara e varejo desaba - quase ninguém escapa do tombo
  • Vale, Petrobras e os principais bancos recuaram, puxando o Ibovespa para baixo
  • Gol salta mais de 35% com avanços no Chapter 11, Azul despenca após corte de rating
  • Lojas Renner cai quase 4%, e Azul lidera as perdas entre as empresas do setor de transporte

O Ibovespa enfrentou uma quarta-feira (21) marcada por quedas generalizadas, refletindo um cenário de aversão ao risco e forte seletividade dos investidores. As principais ações do índice registraram perdas expressivas, e poucas empresas conseguiram escapar da maré negativa.

Azul (AZUL4) despencou 5,56% após uma agência de classificação de risco rebaixar sua nota de crédito, enquanto Gol (GOLL4) disparou impressionantes 35,29% com os desdobramentos positivos de seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos.

Mesmo com o minério de ferro operando em alta, as ações da Vale (VALE3) caíram 1,28%. Já a Petrobras (PETR4), acompanhando o recuo nos preços do petróleo no mercado internacional, fechou em baixa de 1,12%. As duas empresas, que costumam ter forte influência no índice, ajudaram a puxar o Ibovespa para o campo negativo.

Os bancos também não escaparam da pressão vendedora. Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) caíram em torno de 2%. O Banco do Brasil (BBAS3) foi o único a limitar suas perdas, recuando 0,94%. Esse movimento generalizado reflete uma cautela crescente dos investidores em relação ao cenário fiscal e à condução da política monetária no Brasil.

No setor de varejo, os números também foram preocupantes. Lojas Renner (LREN3), uma das ações mais negociadas do pregão, tombou 3,77%, afetada pelo ambiente macroeconômico ainda apertado para o consumo e pela expectativa de resultados fracos no curto prazo. O setor como um todo teve desempenho fraco, pressionado por juros ainda elevados e pouca confiança do consumidor.

Observações do mercado

Entre as poucas exceções do dia, a Raízen (RAIZ4) brilhou como a maior alta do pregão, com valorização de 5,95%. Cosan (CSAN3), sua controladora, no entanto, também subiu, encerrando o dia com alta de 1,32%.

Já os frigoríficos fecharam o pregão de forma mista: JBS (JBSS3) avançou 0,17%, enquanto as demais companhias do setor oscilaram, refletindo a acomodação da crise sanitária provocada pela gripe aviária.

O mercado também observou com atenção a movimentação das companhias aéreas. Azul e Gol caminham para uma integração operacional, mas os movimentos das ações indicam percepções muito distintas.

A Gol, em recuperação judicial nos EUA sob o Chapter 11, viu seus papéis dispararem com o avanço das negociações e da confiança na reorganização. Já a Azul sofreu com o corte no rating de crédito, o que jogou suas ações para baixo. E, contudo, pela primeira vez em meses, fez com que GOLL4 passasse a valer mais que AZUL4 na Bolsa.

Ao fim do pregão, a JBS figurou como a ação mais negociada do dia. A maior queda ficou com a Marcopolo (POMO4), que afundou sem notícias relevantes, mostrando, contudo, o grau de sensibilidade do mercado a fatores técnicos e fluxos institucionais.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.