Pagamento milionário

Notícia quente para quem tem ações da Embraer (EMBR3) — mas nem todos vão gostar

Distribuição equivale a R$ 0,091 por ação e poderá ser ajustada conforme recompra de papéis e manutenção de tarifas.

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  • Embraer aprova R$ 66,9 milhões em JCP, equivalentes a R$ 0,091 por ação.
  • Pagamento condicionado à manutenção de tarifas de 10% nos EUA.
  • Recompra de ações pode alterar valor individual pago aos acionistas.

O conselho de administração da Embraer (EMBR3) aprovou nesta quinta-feira (7) o pagamento de R$ 66,9 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), referentes ao terceiro trimestre de 2025. O valor corresponde a R$ 0,09119488985 por ação ordinária emitida pela companhia.

A fabricante brasileira de aeronaves anunciará posteriormente a data de corte e o cronograma de pagamento. Além disso, o montante por ação poderá sofrer pequenas variações devido ao programa de recompra em vigor, que pode alterar a quantidade de papéis em tesouraria.

Detalhes da distribuição

Segundo a Embraer, o pagamento dos JCP está condicionado à manutenção do atual cenário tarifário nos Estados Unidos, que prevê aplicação de taxas de 10% para o setor. Essa condição reflete o peso do mercado norte-americano para os negócios da companhia e a necessidade de estabilidade nas regras comerciais para manter a previsão de resultados.

O valor por ação anunciado considera a base acionária atual, mas a recompra de papéis poderá impactar o cálculo final. Caso a quantidade de ações em circulação diminua, o valor individual tende a aumentar, mantendo o montante total de R$ 66,9 milhões.

Os juros sobre capital próprio são uma forma de remuneração que permite às empresas deduzirem o valor pago do cálculo do Imposto de Renda, tornando a operação mais eficiente do ponto de vista fiscal. No caso da Embraer, a medida também sinaliza confiança da administração na saúde financeira da companhia.

Contexto tarifário e impacto nos negócios

A decisão de condicionar o pagamento à manutenção das tarifas atuais nos EUA ocorre em meio a um cenário global de incertezas comerciais. O presidente americano, Donald Trump, vem adotando políticas protecionistas e elevando impostos sobre produtos importados, especialmente no setor industrial e de tecnologia.

A Embraer, que possui forte presença no mercado norte-americano por meio de contratos comerciais e militares, monitora de perto essas mudanças. A ampliação das tarifas sobre aeronaves brasileiras poderia reduzir a competitividade da empresa frente a rivais estrangeiras e afetar margens de lucro.

O posicionamento cauteloso também reflete o impacto que oscilações na política de comércio exterior dos EUA podem ter sobre a previsibilidade das receitas. Em situações de incerteza, empresas do setor tendem a adotar estratégias mais conservadoras na distribuição de recursos aos acionistas.

Reação do mercado e próximos passos

Após o anúncio, analistas destacaram que a distribuição de JCP reforça o compromisso da Embraer em gerar retorno aos acionistas, mesmo em um ambiente global desafiador. A manutenção das tarifas em 10% seria fundamental para preservar o fluxo de caixa e o planejamento de médio prazo.

O mercado aguarda agora a divulgação da data de corte para definir quem terá direito à remuneração. Tradicionalmente, investidores que possuem ações até essa data recebem o benefício, enquanto quem compra os papéis depois não o recebe.

Especialistas também observam que a recompra de ações, além de impactar o valor por papel a ser pago, tende a valorizar as ações no médio prazo, já que reduz a oferta no mercado. Essa prática é vista como um sinal de que a administração considera o preço atual da ação atrativo.

Perspectivas para a Embraer

A Embraer encerrou o primeiro semestre de 2025 com bons indicadores operacionais, mas mantém atenção redobrada para o segundo semestre, marcado por possíveis mudanças nas regras de comércio internacional. Além das tarifas americanas, outros mercados estratégicos também estão ajustando políticas para o setor de aviação.

Além disso, o segmento de jatos comerciais continua sendo o principal motor de receitas. A área de defesa e segurança também deve ganhar relevância nos próximos trimestres. Contratos já firmados com governos e companhias aéreas fornecem uma base sólida, mas a manutenção de margens dependerá do controle de custos e da estabilidade nas exportações.

Por fim, para investidores, o pagamento de JCP, mesmo condicionado, é interpretado como um indicativo positivo de geração de caixa. No entanto, o cenário de volatilidade global exige atenção e pode influenciar novas decisões do conselho.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.