Mais liquidez?

O movimento ousado e surpreendente da Pague Menos (PGMN3) no mercado

Rede de farmácias avança em operação de R$ 250 milhões, que inclui saída parcial de sócio e reforço no caixa para reduzir dívidas.

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Pague Menos 2 1
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  • Oferta de R$ 250 milhões pode dobrar liquidez da Pague Menos.
  • General Atlantic vende parte da fatia e família Queiroz sofre diluição.
  • Recurso primário será usado para reduzir alavancagem financeira.

A Pague Menos (PGMN3) está se movimentando para dar mais fôlego às suas ações na B3. A rede de farmácias contratou bancos para estruturar uma oferta de R$ 250 milhões em ações, que pode mudar a liquidez do papel, um dos principais pontos de crítica dos investidores.

A operação terá parte primária e parte secundária, com venda parcial da participação da General Atlantic (GA), que detém hoje 16,9% do capital da companhia. Já a família Queiroz, controladora, deve sofrer diluição.

Estrutura da oferta

Segundo fontes ligadas à operação, metade da oferta será primária e metade secundária. Isso significa que a GA venderá cerca de R$ 125 milhões, reduzindo sua fatia para aproximadamente 10% do capital.

Já a família Queiroz, que controla 70% da companhia, ficará com cerca de 65% após a diluição provocada pela oferta primária.

A gestora GA entrou na Pague Menos em 2015, pagando R$ 600 milhões por 17% da empresa, e desde então não havia feito nenhuma venda relevante de papéis.

Objetivos da operação

De acordo com interlocutores, a parcela primária da oferta será usada para acelerar o processo de desalavancagem da companhia, que segue em curso desde a aquisição da Extrafarma.

No segundo trimestre de 2025, a Pague Menos fechou com alavancagem de 2,6x Ebitda, um patamar que ainda exige ajustes financeiros.

Ao mesmo tempo, a empresa vem entregando resultados acima do consenso por seis trimestres consecutivos, mostrando consistência operacional.

Liquidez em foco

Apesar dos avanços nos números, o preço da ação segue pressionado pela baixa liquidez. Atualmente, o free float é de apenas 12%, com média de R$ 3 milhões negociados por dia nos últimos quatro meses.

Com a nova oferta, o free float pode ultrapassar 20%, dobrando a liquidez no curto prazo, segundo expectativas de bancos envolvidos.

Esse aumento de giro deve abrir espaço para fundos de small caps entrarem no papel, mas para investidores internacionais ainda seria necessário mais volume.

Bastidores da operação

A operação está sendo coordenada por Itaú BBA, BTG Pactual, Bradesco BBI e XP.

Nesta segunda-feira (15), a Pague Menos iniciou as primeiras conversas com investidores, em uma etapa chamada de pilot fishing.

O lançamento oficial da oferta, no entanto, vai depender da reação do mercado nos próximos dias. Caso a ação sofra queda brusca, a família Queiroz e a GA podem optar por adiar ou suspender a operação.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.