
A Infracommerce (IFCM3) anunciou, na última sexta-feira (23), a implementação de seu plano de reestruturação.
Nesse sentido, a companhia informou a conclusão de todas as etapas previstas no acordo vinculante com seus principais credores — Itaú Unibanco, Banco Santander Brasil, Banco do Brasil, Banco ABC Brasil — além da GB Securitizadora, da Vermelha do Norte Participações (NewCo) e de sua subsidiária New Retail IFC Brasil.
Mas afinal, o que prevê o plano?
O plano de reestruturação da Infracommerce é multifacetado e visa reequilibrar a estrutura de capital da companhia, reduzir sua alavancagem e permitir uma gestão mais eficiente das operações na América Latina.
Entre os principais pilares da estratégia, estão:
- Conversão de dívida em debêntures e, posteriormente, ações: a companhia transformou aproximadamente R$ 732,4 milhões de sua dívida bancária em debêntures com vencimento em cinco anos. Estes títulos serão futuramente convertidos em ações ordinárias, o que reduz significativamente a pressão de curto prazo sobre o caixa da empresa.
- Assunção total do controle regional: a Infracommerce agora detém 100% das operações nos países em que atua fora do Brasil — Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Uruguai, México, Equador e Panamá. A medida reforça a centralização estratégica e facilita a gestão unificada de suas frentes na América Latina.
- Reestruturação de passivos e ajuste patrimonial: em paralelo à renegociação de dívidas, a companhia promoveu uma drástica redução de seu capital social — de R$ 2,127 bilhões para R$ 271,9 milhões — com o objetivo de absorver prejuízos acumulados. Além disso, R$ 150 milhões em reservas de capital também foram utilizados para esse fim.
- Nova governança corporativa: a assembleia de acionistas também aprovou a reformulação do conselho de administração, agora composto por três titulares e um suplente, sendo dois dos membros classificados como independentes — conforme as normas do Novo Mercado da B3. O executivo Ivan Luiz Murias dos Santos assume a presidência do conselho, reforçando a proposta de governança mais ágil e estratégica.
A nova Infracommerce
O movimento marca uma virada histórica para a Infracommerce, que vinha enfrentando sérios desafios financeiros.
Com a implementação do plano, a empresa busca virar a página do endividamento e focar em eficiência, crescimento sustentável e rentabilidade.
No primeiro trimestre de 2025 (1T25), a Infracommerce registrou uma dívida líquida de R$ 711,4 milhões, representando um aumento de 49,7% em relação ao mesmo período de 2024.
Esse crescimento reflete o consumo de caixa e a amortização de juros durante o período.