O que esperar da Embraer (EMBR3) após acordo bilionário com a SAS? Ações disparam e BTG analisa

Após a Embraer (EMBR3) anunciar um contrato de R$ 4 bilhões para fornecer até 55 aeronaves a Scandinavian Airlines System (SAS), suas ações operam em forte disparada nesta terça-feira (1°). Por volta das 11:30, os papéis subiam 4,70%, cotados a R$ 80,63.

Para o BTG Pactual, a negociação é mais do que um reforço na carteira comercial da Embraer: é a peça que faltava no quebra-cabeça da linha E2, encerrando de vez a preocupação do mercado com o chamado backlog (carteira de pedidos) do modelo.

“O pedido da SAS elimina essa preocupação com o backlog do E2 e aproxima a empresa de uma trajetória de crescimento sólido na Europa”, avalia o banco.

Embraer decola em todas as frentes

O acordo com a SAS reforça o excelente momento vivido pela Embraer em 2025. Segundo o BTG, a empresa já garantiu contratos relevantes em todas as suas divisões: aviação executiva (com destaque para a Flexjet), comercial (E1s e E2s), defesa (com crescimento vinculado à OTAN), serviços (com contratos de suporte) e mobilidade aérea urbana (com mais de 100 pedidos de eVTOLs da EVE).

“E ainda estamos em julho!”, ressalta a análise do banco.

Além da SAS, a Embraer acumulou pedidos importantes nos últimos 12 meses, como os 20 jatos E190-E2 da japonesa ANA Holdings, duas unidades do E195-E2 da Luxair (Luxemburgo) e oito E190-E2 encomendados pela Virgin Australia.

Como será o segundo semestre?

Se o primeiro semestre foi de vitórias comerciais, os próximos meses exigirão precisão na execução.

O BTG alerta que o foco do mercado agora deve se voltar para a capacidade de entrega da Embraer, especialmente em meio a gargalos na cadeia de suprimentos — com destaque para os motores, um dos maiores entraves da indústria aeronáutica global.

Indicadores preliminares sugerem que as entregas no segundo trimestre ficaram abaixo do volume registrado no mesmo período de 2024, o que reforça os desafios operacionais da companhia.

A expectativa do banco é que o desempenho mais robusto da aviação comercial se concentre no segundo semestre de 2025, com uma normalização mais clara a partir de 2026.

Recomendação mantida: Embraer é aposta de longo prazo

Apesar dos desafios de curto prazo, o BTG Pactual mantém sua recomendação de compra para os papéis da Embraer.

O banco enxerga uma tendência de expansão de múltiplos à medida que a companhia se torna cada vez mais diversificada e com maior previsibilidade na geração de caixa.

“O negócio se torna mais equilibrado e resiliente, permitindo uma trajetória de crescimento sustentável”, afirma o BTG.