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Vale (VALE3): o que esperar dos resultados do 2° tri? Confira as projeções

Mineradora divulgará oficialmente seu Relatório de Produção e Vendas do 2T25 no dia 22 de julho, após o fechamento do mercado

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A Genial Investimentos divulgou suas expectativas para os resultados da Vale (VALE3) referente ao segundo trimestre de 2025 (2T25). As projeções são cautelosas, mas reforça a tese de valorização futura da mineradora. Na visão dos analistas, o período deve ser marcado por um desempenho operacional lateralizado e margens pressionadas por preços mais baixos de minério de ferro.

“O segundo trimestre poderia ser classificado como fraco”, escreveram os analistas. “Mesmo com o aumento dos embarques, a queda de preços deve neutralizar os ganhos de receita, o que pressiona o EBITDA.”

A casa estima uma receita líquida de US$ 8,7 bilhões no trimestre, alta de 7,2% na comparação com o trimestre anterior, mas queda de 12,2% na base anual.

O lucro líquido projetado é de US$ 1,5 bilhão, avanço de 3,4% em relação ao 1T25, mas uma queda expressiva de 47,9% frente ao mesmo período do ano passado.

Ainda assim, a ação é vista como descontada e atrativa, e, por isso, a casa mantém recomendação de compra com preço-alvo elevado para R$ 64,00 (ante R$ 61,50), o que representa um potencial de valorização de 16%.

Para os ADRs negociados em Nova York (VALE), o novo alvo é US$ 11,60, ante US$ 10,50.

“Seguimos confiantes na reconfiguração estratégica da companhia e na crescente transparência da gestão atual”, escreveram os analistas. “Faltam catalisadores de curto prazo, mas o valuation e os fundamentos sustentam a tese de investimento.”

A mineradora divulgará oficialmente seu Relatório de Produção e Vendas do 2T25 no dia 22 de julho, após o fechamento do mercado.

Produção sobe, mas preço recua

A produção de finos de minério de ferro é estimada em 81,9 Mt, impulsionada pela melhora das condições climáticas no Sistema Sudeste.

Já os embarques devem alcançar 66,6 Mt, número menor que a produção por conta da estratégia de concentração de volumes em portos chineses, o que posterga o reconhecimento de receita.

No entanto, o preço realizado por tonelada do minério deve cair para US$ 83,8/t, queda de 7,7% frente ao trimestre anterior. “O mercado está menos disposto a pagar prêmios por qualidade, o que se reflete em um prêmio negativo de -US$ 1,3/t”, apontou a Genial.

No caso das pelotas, a produção deve cair 9,3% na comparação anual, e o preço médio recuar para US$ 135,6/t, pressionado por um mercado global menos favorável à compra de aglomerados.

Custo sob controle e dividendos no radar

O custo C1/t ex. terceiros deve ficar em US$ 23,1/t, alta de 10% no trimestre, mas queda de 7,1% na base anual — reflexo positivo da valorização do dólar frente ao real e da queda de custos operacionais.

Já o EBITDA proforma é estimado em US$ 3,2 bilhões, praticamente estável (+0,3%) no trimestre, mas com recuo expressivo de 23,3% em relação ao 2T24. A margem EBITDA deve cair para 37%, refletindo a pressão dos preços.

Apesar do cenário desafiador, a Genial mantém otimismo com a tese da Vale, prevendo dividend yield de 8% em 2025, podendo chegar a 10% em 2026, com FCF yield (fluxo de caixa livre) de até 15% no ano que vem — impulsionado pela redução dos pagamentos relacionados ao desastre de Mariana.

“A ação negocia a 3,8 vezes o EV/EBITDA 2025, bem abaixo da média histórica de 5 vezes. Mesmo com um ambiente desafiador para o minério, a penalização no preço parece exagerada frente aos fundamentos”, diz a Genial.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.