O que esperar do mercado em 2025?

Cenário Econômico em 2025: Expectativa de juros altos e dólar forte, com impacto na economia brasileira, mantendo o ambiente desafiador para os investidores
Oportunidades no mercado de ações: Apesar das dificuldades, os preços das ações estão atrativos, criando uma oportunidade para investidores que souberem selecionar bem as empresas
Recomendações para investidores: Evitar empresas alavancadas com custos em dólar e receita em reais, priorizando empresas com balanços sólidos e receitas atreladas ao dólar
Setores promissores: Setores elétrico, financeiro e de papel e celulose são indicados como boas opções, com potencial de resiliência e demanda estável, mesmo em um cenário econômico adverso

O mercado brasileiro de 2024 foi marcado por uma série de turbulências econômicas, com a piora dos fundamentos macroeconômicos e um cenário de instabilidade que afetou a confiança dos investidores.

Para 2025, a expectativa é de um ambiente desafiador, com juros elevados, inflação controlada com dificuldades e um dólar ainda forte. Contudo, refletindo não apenas a situação fiscal interna, mas também os ventos de incerteza no cenário global.

Apesar disso, especialistas acreditam que, ao olhar com mais atenção, surgem oportunidades no mercado acionário. Especialmente para investidores que souberem selecionar suas ações com cautela.

Dificuldades econômicas

De acordo com Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, o mercado reagiu de forma exagerada às dificuldades econômicas de 2024. Dessa forma, criando uma assimetria nos preços das ações.

Esse desequilíbrio é visto como uma janela de oportunidade para quem souber identificar papéis com bom potencial de valorização no longo prazo.

A analista defende que, embora o cenário em 2025 ainda seja desafiador, com juros altos e a continuidade de um dólar forte, a bolsa brasileira está em um ponto onde os preços estão atraentes para investimentos estratégicos.

O cenário de 2025: juros altos e dólar forte

Em 2025, as taxas de juros devem continuar elevadas, mantendo um ambiente de crédito restrito. E, assim, dificultando a recuperação de setores mais sensíveis às variações econômicas.

O dólar, por sua vez, deve se manter forte, impulsionado por uma combinação de fatores internos e externos. A situação fiscal do Brasil continua pressionada, e o ambiente global também contribui para a valorização da moeda americana, com incertezas políticas. Ainda, como a possível reeleição de Donald Trump nos Estados Unidos, impactando a percepção de risco no mercado internacional.

“Esse é um excelente momento para você entrar na Bolsa, desde que você escolha bem as ações”, afirmou Larissa Quaresma durante uma recente participação no programa Giro do Mercado.

A analista alertou que, em um cenário de dólar forte, não só por conta das questões fiscais internas, mas também devido à dinâmica global, os investidores devem ser mais seletivos. E, ainda, evitar ações de empresas que não são resilientes a esse ambiente.

Mas em quais ações devo investir?

A recomendação de Quaresma é clara: em 2025, deve-se evitar empresas que estão altamente alavancadas. Exclusivamente, aquelas com custos em dólar e receita em reais.

Empresas dessa natureza tendem a sofrer mais com a disparada do dólar e as taxas de juros elevadas. Uma vez que, seus custos aumentam, mas não conseguem repassar toda essa pressão para seus preços.

Em vez disso, a analista sugere que os investidores concentrem seus esforços em ações de empresas com balanços sólidos. Além de receitas atreladas ao dólar, que são líderes de mercado e operam em setores com demanda menos sensível às flutuações do PIB.

Entre os setores mais promissores para compor uma carteira em 2025, Larissa destaca o setor elétrico, o financeiro e o de papel e celulose.

Empresas dessas áreas, segundo ela, devem continuar apresentando resultados sólidos, mesmo em um ambiente econômico adverso.

Entre os resultados sólidos

O setor elétrico, por exemplo, tem a vantagem de ser mais resiliente a crises econômicas. Enquanto o setor financeiro, apesar dos juros elevados, pode se beneficiar do aumento da rentabilidade nas operações de crédito.

O setor de papel e celulose também é visto como uma boa oportunidade. Já que a demanda por produtos dessa indústria, especialmente com a expansão das exportações, tende a continuar forte, beneficiada pela receita dolarizada.

Cíclicas de qualidade

Para investidores com maior apetite ao risco, Larissa sugere incluir na carteira algumas empresas cíclicas de altíssima qualidade.

As empresas cíclicas são aquelas que têm seu desempenho diretamente atrelado aos ciclos econômicos. Assim, como setores de consumo discricionário, automóveis e construção civil.

Apesar de serem mais voláteis, essas empresas ficaram muito baratas nos últimos meses. No entanto, o que pode representar uma oportunidade para quem busca valor no longo prazo, mas está disposto a tolerar maiores oscilações.

“Todas as cíclicas ficaram muito baratas, e para quem tem apetite ao risco, incluir um pedacinho de empresas desse tipo pode ser uma boa estratégia”, afirmou a analista.

A chave para o sucesso, no entanto, será escolher empresas de qualidade, com balanços sólidos e boa posição no mercado. Ainda, capazes de superar a volatilidade e se beneficiar da recuperação econômica quando ela ocorrer.

Exigência de uma gestão cuidadosa

Em suma, 2025 deve ser um ano de muitos desafios para o mercado brasileiro, com um cenário de juros altos e dólar forte. Que, no entantom exigirá uma gestão cuidadosa dos investimentos.

Contudo, com uma estratégia bem definida e foco em setores e empresas resilientes, será possível identificar boas oportunidades de investimento.

A análise criteriosa das empresas e a escolha de ativos com boas perspectivas de crescimento, mesmo em tempos de adversidade, será essencial para aqueles que buscam tirar proveito das assimetrias de preços no mercado acionário.

Para os investidores mais arrojados, a inclusão de algumas ações cíclicas de alta qualidade pode ser uma aposta interessante, desde que acompanhada de uma boa análise de riscos.

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