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O que vai acontecer com IRDM11? FII pode sair da Bolsa — entenda tudo!

Reestruturação proposta pela gestora Iridium prevê incorporação do IRDM11 ao IRIM11, encerrando suas atividades e repassando ativos aos cotistas

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IRDM11
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O futuro do fundo imobiliário IRDM11 pode estar prestes a mudar. A gestora Iridium Gestão de Recursos anunciou uma proposta de reorganização societária que prevê a incorporação do IRDM11 ao IRIM11, outro fundo gerido pela mesma casa. Caso a operação seja aprovada pelos cotistas, o IRDM11 será liquidado e poderá dar adeus à B3 (Bolsa de Valores), encerrando um dos ciclos mais movimentados entre os FIIs de papel nos últimos anos.

A proposta foi divulgada em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e, segundo a gestora, o objetivo é consolidar os ativos dos dois fundos para ganhar escala, ampliar a liquidez da carteira e diversificar as fontes de receita.

“A reorganização visa consolidar as carteiras de investimento, ampliando a escala, liquidez e diversificação da carteira, além de potencializar a geração de valor aos cotistas”, declarou a Iridium.

Como será a reestruturação do IRDM11?

O plano de incorporação será realizado em etapas:

  1. 13ª emissão de cotas do IRDM11: o fundo lançará uma nova emissão para levantar recursos e adquirir cotas de um fundo de tijolo (ainda não revelado).
  2. Liquidação do IRDM11: após a reestruturação, o IRDM11 será liquidado.
  3. Incorporação ao IRIM11: os ativos (imóveis, CRIs, cotas de FIIs e ações do setor) serão transferidos ao IRIM11 por meio de subscrição de novas cotas.
  4. Distribuição proporcional: os cotistas do IRDM11 receberão cotas do IRIM11 e, eventualmente, valores em caixa.

A efetivação da operação depende da aprovação em assembleias gerais extraordinárias (AGEs) dos cotistas de ambos os fundos, que serão convocadas simultaneamente.

IRDM11: entre crises e reestruturação

O movimento de reestruturação acontece após um período desafiador para o IRDM11, marcado por inadimplências relevantes e impactos diretos nos rendimentos do fundo. O fundo, que investe majoritariamente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), esteve no centro de duas das principais recuperações judiciais que abalaram o mercado de FIIs recentemente.

  • Gramado Parks: o grupo de turismo entrou em recuperação judicial em 2023, impactando diretamente os CRIs do IRDM11. O fundo concedeu uma carência ao grupo até o fim deste mês, mas o risco permanece.
  • South Rock: a operadora de cafeterias e restaurantes (dona das marcas Starbucks Brasil e Eataly, entre outras) também entrou em recuperação judicial em outubro de 2023, e o IRDM11 tem exposição a CRIs dessa empresa. A recuperação ainda está em trâmite na Justiça.

Esses eventos colocaram pressão sobre a performance do fundo e acenderam alertas entre os cotistas, tornando o cenário propício para uma reorganização estratégica.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.