Máxima histórica

O rali que desafia a lógica e empurra o S&P 500 para o topo; entenda

Índice sobe quase 30% desde abril, impulsionado por resultados corporativos e expectativa de três reduções na taxa do Federal Reserve em 2025.

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Brasil-EUA
  • S&P 500 sobe quase 30% desde abril e se aproxima de recorde histórico.
  • Expectativa é de até três cortes de juros pelo Fed em 2025.
  • Commodities têm desempenho misto, com petróleo em leve alta e minério de ferro em queda.

O S&P 500, principal índice de ações dos Estados Unidos, está prestes a renovar sua máxima histórica após acumular uma valorização de quase 30% desde as mínimas registradas em abril. O movimento é sustentado por resultados corporativos robustos e pela crescente expectativa de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve.

Assim, as projeções do mercado indicam que o Fed pode reduzir os juros até três vezes ainda em 2025, cenário que tem alimentado o apetite por risco em Wall Street. Ao mesmo tempo, o dólar perde força frente às principais moedas globais, enquanto os rendimentos dos Treasuries operam sem direção definida.

Aposta em cortes e impulso corporativo

A percepção de que a política monetária americana pode ficar mais branda nos próximos meses ganhou força após dados de inflação e atividade alinhados com as expectativas. Esse cenário reforça a possibilidade de o Fed iniciar o ciclo de cortes já no último trimestre do ano.

Além disso, balanços corporativos de grandes companhias superaram projeções e ajudaram a sustentar o rali. Setores como tecnologia, saúde e consumo discricionário lideram a alta, reforçando a confiança dos investidores.

Desse modo, mesmo com um ambiente global ainda marcado por incertezas, a liquidez elevada e a perspectiva de juros mais baixos funcionam como combustível para novas máximas do índice.

Commodities em movimento

No mercado de energia, os contratos futuros de petróleo registram leve alta nesta sexta-feira, mas ainda acumulam queda de quase 4% na semana. A pressão baixista reflete a avaliação de que os esforços diplomáticos dos Estados Unidos para encerrar a guerra na Ucrânia não devem comprometer o fornecimento global da commodity.

Assim, o minério de ferro encerrou a madrugada em queda de 0,19% no mercado de Dalian, negociado a US$ 110 por tonelada. O recuo ocorre em meio à percepção de demanda mais fraca na China e à estabilidade na oferta global.

Portanto, para analistas o desempenho das commodities segue relevante para as expectativas de crescimento global e para os ativos de países exportadores, como o Brasil.

Cenário doméstico mais calmo

No Brasil, os sinais de que o governo não pretende retaliar os Estados Unidos têm ajudado a reduzir parte da tensão no mercado. Essa postura tem apoiado a recuperação de preços de ativos, especialmente no câmbio e na renda variável.

Além disso, após reunião com o encarregado de negócios americano, Gabriel Escobar, o vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou a importância do diálogo bilateral. Ele destacou pautas estratégicas, como investimentos em data centers, big techs e minerais críticos.

Desse modo, Alckmin também afirmou que o plano de contingência do governo para lidar com possíveis impactos econômicos será anunciado até a próxima terça-feira (12), o que deve dar mais previsibilidade aos agentes do mercado.

Perspectivas para os próximos meses

Com o S&P 500 próximo de uma nova máxima, investidores globais seguem atentos à comunicação do Federal Reserve. Sinais mais claros sobre o início e o ritmo dos cortes de juros podem definir a intensidade do movimento de alta.

Ademais, no curto prazo o desempenho das commodities e a evolução das negociações internacionais devem continuar influenciando os mercados emergentes. No Brasil, a combinação de menor tensão externa e avanços em pautas domésticas pode sustentar o apetite por risco.

Por fim, apesar do otimismo, analistas alertam que eventos inesperados, como mudanças no cenário geopolítico ou surpresas nos indicadores econômicos, ainda podem provocar volatilidade.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.