Falência iminente

Oi (OIBR3) entra em colapso: ações derretem mais de 24% e Justiça afasta diretoria

Juíza do Rio determina substituição da administração, cria plano de transição e abre caminho para a falência da operadora que já foi gigante do setor.

Apoio

oibr3 1
oibr3 1
  • Ações da Oi caíram 24%, cotadas a R$ 0,40 após afastamento da diretoria.
  • Juíza Simone Chevrand determinou plano de transição de 30 dias, com serviços mantidos.
  • Empresa vive situação pré-falência, e futuro depende da decisão dos credores.

As ações da Oi (OIBR3) desabaram mais de 24% nesta quarta-feira (1º), negociadas a apenas R$ 0,40, após decisão da Justiça que afastou toda a diretoria e o conselho de administração da companhia. A medida também retirou do comando a consultoria Íntegra, que orientava a estratégia da empresa.

A determinação partiu da juíza Simone Gastesi Chevrand, da 7ª Vara de Recuperações e Falências do Rio de Janeiro, que definiu um plano emergencial para garantir a continuidade dos serviços enquanto credores decidem o futuro da empresa.

O que decidiu a Justiça

A decisão suspende a gestão atual e dá início a um plano de transição de 30 dias. Nesse período, uma nova administração, junto com os credores, deve escolher entre dois caminhos: avançar para a liquidação ou insistir na recuperação judicial.

O processo ocorre em sigilo, mas a determinação já foi suficiente para abalar o mercado. A própria Oi informou que está avaliando as medidas cabíveis diante da decisão.

O despacho reforça que a prioridade imediata é impedir qualquer interrupção nos serviços de telefonia e conectividade, considerados estratégicos para a segurança nacional.

Situação pré-falência

A magistrada descreveu a empresa como em estado de “pré-falência”. Ela justificou que a transição representa uma antecipação parcial dos efeitos de falência, sem ainda decretar a medida solicitada pelos credores.

O argumento central é que a Oi tem papel essencial no funcionamento de órgãos públicos. A empresa é a única operadora em diversos municípios e ainda responde por 70% das operações do Cindacta, sistema de defesa aérea e controle de tráfego aéreo.

Na visão da Justiça, a proteção da infraestrutura nacional exige a manutenção dos serviços enquanto as alternativas sobre o destino da empresa são definidas.

O peso dos erros de gestão

No despacho, Chevrand apontou sinais de esvaziamento patrimonial, após a venda de ativos sem reposição adequada, e divergências sobre o caixa disponível. Também criticou os custos elevados com a atual administração.

Além disso, identificou inconsistências no número de imóveis listados para venda e nos valores efetivamente bloqueados em caixa. Para a juíza, esses fatores aumentaram a desconfiança dos credores e reforçaram a necessidade de intervenção imediata.

Por fim, o cenário evidencia uma crise prolongada. Em seu segundo processo de recuperação judicial, a Oi perdeu espaço de mercado, vendeu fatias relevantes e ainda assim não conseguiu resolver sua dívida bilionária.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.