
- Oranje prepara IPO na B3 via fusão com Intergraus, da Bioma Educação
- Companhia já acumula mais bitcoins que a Méliuz e quer liderar na região
- O papel se atrelará fortemente ao preço do bitcoin e atrairá tanto investidores institucionais quanto traders
O Brasil está prestes a ganhar uma nova companhia listada em Bolsa com foco exclusivo em bitcoin. A Oranje é recém-criada e liderada por Guilherme Gomes, ex-Swan Bitcoin e ex-Bridgewater Associates. A empresa quer seguir a Strategy, de Michael Saylor, e se tornar a maior “bitcoin treasury” da América Latina.
Fontes próximas ao processo afirmam que a Oranje já assegurou mais que o triplo dos 605 bitcoins da Méliuz (CASH3). Isso a coloca em posição de destaque antes mesmo do IPO. Desse modo, a listagem será feita via fusão com a Intergraus, spinoff da Bioma Educação (BMAE3), em operação assessorada pelo Itaú BBA.
Por que isso importa para a Bolsa
A entrada da Oranje na B3 pode atrair fluxo de investidores institucionais e pessoas físicas que, por regras de compliance ou aversão ao risco, não podem investir diretamente em cripto. Esse tipo de empresa permite uma exposição indireta, mas alavancada, ao preço do bitcoin.
O movimento também reforça a tese de que o Brasil está entrando no mapa global das companhias “bitcoin treasury”, modelo que ganhou fama com a MicroStrategy. Logo, a diferença é que, aqui, a aposta chega em um momento de maturação do mercado de capitais e após um ciclo de valorização expressivo do BTC.
Além disso, a valorização ou queda das ações da Oranje terá forte correlação com o preço do bitcoin, o que pode adicionar volatilidade ao papel, mas também atrair traders e investidores de longo prazo em busca de teses ligadas à digitalização financeira.
O que está em jogo para investidores
Para investidores brasileiros, o IPO da Oranje pode significar uma nova forma de participar do mercado cripto sem sair da B3. O papel deve se comportar como um proxy do bitcoin, com potencial de negociar a prêmio em relação ao valor dos ativos sob gestão.
No entanto, há riscos. Empresas de tesouraria em bitcoin dependem da contínua valorização do ativo e de condições favoráveis de mercado. Em momentos de queda, podem enfrentar pressão tanto nos resultados quanto na precificação das ações.
A estratégia, portanto, é vista como ousada, mas reforça a tendência global de transformação de empresas tradicionais e startups em veículos de acumulação de criptoativos, replicando o modelo de Saylor.