Resultados financeiros

Os bastidores por trás do lucro inesperado do Bradesco no 2º trimestre

Com forte desempenho em seguros e alta na margem com clientes, banco mantém trajetória de recuperação e reforça pagamento de JCP.

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Bradesco
Marilia, São Paulo, Brasil, 10 de fevereiro de 2023. Fachada de Bradesco banco filial assinar na cidade de Marilia, de Marilia, região centro-oeste do Estado de SP. — Foto de alfribeiro
  • Lucro de R$ 6,1 bilhões no 2T25, impulsionado por margem com clientes e resultado da seguradora.
  • Carteira de crédito cresceu 11,7% em um ano, com inadimplência estável e controle no custo de crédito.
  • Banco mantém distribuição de JCP e quase atinge meta ESG de R$ 350 bilhões antes do prazo.

O Bradesco encerrou o segundo trimestre de 2025 com resultados robustos e acima das expectativas do mercado. Assim, impulsionado por sua estratégia de digitalização e pelo desempenho da área de seguros, o banco reportou lucro líquido recorrente de R$ 6,1 bilhões, um avanço de 3,5% frente ao 1T25 e de 28,6% em relação ao mesmo período de 2024.

De acordo com relatório da MSX Invest, assinado por Marco Saravalle, os números refletem uma retomada consistente da rentabilidade. Desse modo, o retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) chegou a 14,6%, enquanto a receita total cresceu 15,1% no acumulado de 12 meses, somando R$ 34 bilhões.

Margem com clientes e crédito alavancam resultados

O principal destaque do trimestre foi a margem financeira total, que subiu 4,7% na comparação trimestral e 15,8% em base anual, atingindo R$ 18 bilhões. A margem com clientes se destacou, com alta de 16,4%, totalizando R$ 17,8 bilhões. Esse desempenho refletiu a expansão da carteira de crédito e a melhora na eficiência da captação, com taxa média de 8,8%.

Além disso, a carteira de crédito expandida subiu 1,3% no trimestre e 11,7% em um ano, puxada por linhas com garantia, que cresceram em participação de 57% para 58,5%. No crédito à pessoa física, o banco destacou o crescimento no crédito imobiliário e pessoal. Entre as MPMEs, o foco recaiu sobre crédito com garantia, com uso de instrumentos como FGO e FGI.

O crédito consignado para beneficiários do INSS, no entanto, teve retração, em parte explicada por mudanças regulatórias recentes que afetaram a atratividade desse produto.

Inadimplência estável e carteira reestruturada em queda

Apesar da expansão do crédito, o Bradesco conseguiu manter a inadimplência sob controle. O índice acima de 90 dias permaneceu em 4,1%, com estabilidade nos segmentos de pessoa física (5,1%) e MPMEs (4,3%). O segmento de grandes empresas teve leve alta e encerrou o período em 0,4%.

Ademais, o custo de crédito avançou para 3,2%, ante 3,0% no trimestre anterior, mantendo-se dentro de patamares considerados saudáveis. A carteira reestruturada também apresentou evolução positiva, com redução de R$ 1,5 bilhão no trimestre e de R$ 7,8 bilhões no acumulado de 12 meses.

Portanto, esses dados mostram que o banco conseguiu crescer sem comprometer a qualidade dos ativos, um sinal importante para a continuidade da retomada da rentabilidade.

Seguros e serviços sustentam rentabilidade elevada

A área de seguros manteve seu papel relevante nos resultados. O lucro líquido do segmento foi de R$ 2,3 bilhões, enquanto o resultado operacional chegou a R$ 5,7 bilhões. Apesar da queda de 6,1% em relação ao 1T25, houve alta de 4,4% em 12 meses, com ROAE de 21,4%.

As receitas com prestação de serviços cresceram 10,6% no comparativo anual, com destaque para cartões, consórcios e mercado de capitais. O foco em eficiência operacional continua. As despesas operacionais subiram 9,9% no ano, mas o avanço foi de apenas 5,8% quando excluídos os efeitos de Cielo e Elopar.

Desse modo, o Bradesco também ampliou a digitalização de serviços e investiu na abertura de escritórios corporativos e correspondentes bancários. A estratégia busca ganhos de escala e maior presença em canais de atendimento digital para empresas.

Capital robusto, JCP elevado e foco ESG

O índice de capital Nível 1 encerrou o trimestre em 13%, com Capital Principal de 11,1%, mantendo folga em relação aos requisitos regulatórios.

Além disso, o banco distribuiu R$ 3,6 bilhões em juros sobre capital próprio (JCP) no segundo trimestre.

Por fim, na frente socioambiental, o Bradesco já atingiu 95,5% da meta de R$ 350 bilhões em financiamentos com impacto ESG até dezembro de 2025, reforçando o compromisso com uma economia mais sustentável e inclusiva.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.