Termômetro do mercado

Os números que o mercado teme: balanços do 3º tri devem expor quem está perto do colapso

Resultados de outubro e novembro devem mostrar o impacto dos juros altos, do consumo fraco e das novas estratégias das maiores companhias listadas.

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1500palavras Margem Bruta o que e o indicador1500p
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  • Balanços do 3T25 começam nesta semana e devem expor quem ainda resiste à crise e quem pode ruir.
  • Setores de varejo e construção seguem sob pressão, enquanto commodities e bancos podem surpreender.
  • Relatórios serão decisivos para revisões de preço, projeções e alocação de investimentos até o fim do ano.

Começa nesta semana a temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025, e o clima entre investidores é de tensão. Os relatórios vão mostrar como as maiores companhias da Bolsa enfrentaram juros elevados, inflação persistente e um consumo em desaceleração.

Mais do que números, os resultados devem indicar quem está sobrevivendo com eficiência e quem corre risco de sangrar até dezembro. Para o investidor, é o momento de revisar estratégias e repensar alocações.

O que esperar do 3º trimestre

A temporada de balanços sempre revela tendências setoriais e movimentos silenciosos no mercado. Desta vez, analistas projetam quedas no varejo e na construção civil, setores diretamente afetados pelos juros altos.

Por outro lado, companhias exportadoras e ligadas a commodities podem se beneficiar do dólar valorizado e da demanda externa. Já os bancos devem apresentar leve recuperação, impulsionados pela redução gradual da inadimplência.

Além disso, empresas de tecnologia e serviços digitais, que passaram por ajustes nos últimos meses, podem mostrar melhora operacional, embora o cenário ainda inspire cautela.

Quando acontecem os balanços

As companhias listadas na B3 seguem o calendário definido pela CVM e pela própria Bolsa:

  • 1º trimestre (1T25): abril e maio
  • 2º trimestre (2T25): julho e agosto
  • 3º trimestre (3T25): outubro e novembro
  • 4º trimestre (4T25): janeiro e fevereiro de 2026

Os relatórios incluem receita, lucro, endividamento e fluxo de caixa, mas também revelam decisões estratégicas, mudanças de gestão e ajustes de portfólio. Esses dados permitem medir a saúde financeira das empresas e antecipar movimentos de preço na Bolsa.

Por que essa temporada é decisiva

Os balanços do 3T25 podem definir o tom do mercado até o fim do ano. Resultados acima do esperado tendem a impulsionar ações rapidamente, enquanto números fracos podem desencadear correções e revisões de projeção.

Para o investidor atento, este é o momento de identificar empresas resilientes, que seguem entregando margens sólidas mesmo em um ambiente adverso. Já os analistas usam esses resultados para ajustar modelos, revisões de lucro e recomendações de compra ou venda.

Além disso, os balanços ajudam a medir a temperatura da economia real, servindo como espelho do ritmo de crescimento e da confiança do empresariado.

O que vem a seguir

A agenda de resultados será intensa até o fim de novembro, com Petrobras, Vale, Itaú, Ambev e Weg entre as mais aguardadas.

O desempenho dessas gigantes pode influenciar o humor de toda a Bolsa e ditar a rota dos fundos e ETFs.

O mercado aposta que o 3º trimestre trará mais seleções e menos apostas, com investidores priorizando empresas de caixa forte e baixo endividamento.

Ainda assim, oportunidades pontuais devem surgir em companhias descontadas, especialmente se o cenário macro começar a melhorar.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.