
- Ouro cai 6% em dois dias, atingindo mínima de duas semanas com movimento de correção.
- Investidores realizam lucros antes de dados de inflação dos EUA.
- Volatilidade do ouro atinge nível mais alto desde 2022, mas o metal segue como ativo de segurança global.
O ouro caiu novamente nesta quarta-feira (22). Em dois dias, acumulou perdas superiores a 6%. O metal atingiu o nível mais baixo em quase duas semanas. O movimento reflete uma correção técnica após a forte valorização recente e a realização de lucros por parte dos investidores.
O recuo acontece enquanto o mercado aguarda os dados de inflação dos Estados Unidos, previstos para sexta-feira (24). Também cresce a incerteza nas relações comerciais entre Washington e Pequim. O mercado aguarda sinais sobre o ritmo dos preços ao consumidor e eventuais mudanças na política monetária americana.
Correção de lucros e volatilidade crescente
Na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), o contrato de ouro para dezembro fechou em queda de 1,06%, cotado a US$ 4.065,40 por onça-troy. O metal chegou a cair quase 2% no início da tarde, mas recuperou parte das perdas no fim da sessão.
Além disso, segundo o ING Bank, a retração foi impulsionada pela realização de lucros, com investidores “nervosos quanto à sustentabilidade da alta recente”. Apesar disso, o Deutsche Bank aponta que o ouro ainda caminha para o melhor desempenho anual desde 1979, ano marcado pela crise do petróleo e tensões no Oriente Médio.
De acordo com a Swissquote, o índice de volatilidade do ouro disparou em outubro, atingindo o maior nível desde março de 2022, o que reforça o risco de novas correções de preço no curto prazo. Mesmo assim, o banco destaca que o metal mantém seu papel de ativo de segurança em meio às tensões geopolíticas e à pressão inflacionária global.
Outros metais e fatores macroeconômicos
A prata também encerrou o dia em leve baixa, caindo 0,05%, a US$ 47,68 por onça-troy, após o tombo de mais de 7% na terça-feira (21). O movimento acompanha a redução do apetite por risco nos mercados internacionais.
Nos Estados Unidos, o foco se volta à divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI), que pode definir o ritmo das futuras decisões de juros do Federal Reserve (Fed). Ademais, apesar da paralisação parcial do governo americano, os dados devem ser publicados na sexta-feira.
Por fim, o mercado também reage à notícia da Reuters. O governo dos EUA avalia novas restrições a exportações de softwares para a China. Isso aumenta a tensão comercial e adiciona volatilidade a ativos de proteção, como o ouro.