
- Ouro chega a US$ 3.970 e se aproxima de US$ 4.000 pela primeira vez
- A atuação dos bancos centrais e o interesse de investidores individuais impulsionaram o crescimento de 50% no ano.
- Mercado segue precificando cortes de juros pelo Fed e mais valorização
O ouro atingiu nesta segunda-feira (6) a máxima histórica de US$ 3.970 por onça, aproximando-se do patamar inédito de US$ 4.000. A disparada ocorre em meio à paralisação do governo dos EUA e à expectativa de cortes de juros pelo Federal Reserve.
A valorização já soma mais de 50% em 2025, com forte entrada de recursos em fundos lastreados no metal. O movimento reforça a busca global por proteção diante da incerteza econômica e geopolítica.
Rali sustentado
O rali do ouro completa sete semanas consecutivas de ganhos, sustentado pela migração de investidores para ativos de proteção. A paralisação em Washington atrasou a divulgação de dados oficiais, aumentando a incerteza sobre a economia americana.
Sendo assim, com menos informações públicas, investidores se apoiam em relatórios privados e nas apostas de que o Fed cortará os juros em 0,25 ponto percentual ainda neste mês. Como o ouro não gera rendimento, a redução das taxas torna o ativo ainda mais atrativo.
Operadores de opções também ampliaram posições compradas, reforçando o sentimento de alta. Desse modo, grandes investidores passaram a negociar calls sobre o ETF SPDR Gold Shares, movimentando dezenas de milhões de dólares.
Bancos centrais e “debasement trade”
Além do fator americano, bancos centrais de vários países aceleraram compras de ouro para diversificar reservas diante da fragilidade do dólar. Esse movimento ampliou o interesse de investidores individuais e institucionais pelo metal.
O fenômeno ficou conhecido como “debasement trade”, em que investidores buscam proteção em ouro, prata e até Bitcoin diante da perda de confiança em moedas fiduciárias. Além disso, a tendência ganhou força em 2025, em meio às políticas do governo Trump e cortes do Fed.
Portanto, segundo analistas, os fluxos para ETFs de ouro registraram em setembro o maior avanço em três anos, reforçando a percepção de que a estratégia de comprar nas quedas está consolidada.
Perspectivas de mercado
Às 13h19 em Nova York, o ouro era negociado a US$ 3.956,45, em alta de 1,8%, enquanto o Bloomberg Dollar Spot Index avançava 0,3%. Outros metais preciosos, como prata, platina e paládio, também registraram valorização.
Especialistas avaliam que, embora o cenário siga favorável ao metal, o rali pode sofrer correções pontuais. Ademais, analistas afirmam que uma eventual queda seria vista como ajuste saudável dentro de uma tendência mais longa de valorização.
Por fim, a perspectiva permanece de forte demanda por ativos de proteção, com destaque para o ouro, que se consolida como o grande vencedor de 2025 até o momento.