Migração de capitais?

Ouro pode disparar a US$ 5.000 e virar refúgio global, alerta Goldman Sachs

Banco vê risco de fuga dos Treasuries caso a independência do Fed seja abalada, abrindo espaço para uma valorização histórica do metal.

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  • Goldman Sachs projeta que a perda de independência do Fed pode levar o ouro a US$ 5.000.
  • Movimento pode vir de fuga dos Treasuries, hoje base da segurança financeira global.
  • Empresas de mineração e ETFs do metal podem ser os grandes vencedores do novo ciclo.

O Goldman Sachs acendeu um alerta que mexeu com investidores nesta quarta-feira (3): o ouro pode alcançar níveis nunca vistos. Se o Federal Reserve (Fed) perder a independência, o banco projeta que o metal precioso pode chegar a US$ 5.000 por onça.

O movimento viria de uma migração de capitais que hoje estão em Treasuries, os títulos de dívida dos EUA, mas que poderiam buscar proteção no ouro em caso de turbulência política e institucional. No cenário base do banco, mais conservador, a cotação já teria força para avançar a US$ 4.000 até meados de 2026.

Rally já começou

O ouro acumula alta de 30% em 2025, reforçando o apetite global por proteção em meio à escalada das incertezas.

Sendo assim, com os EUA enfrentando uma nova rodada de disputas políticas e questionamentos sobre a autonomia do Fed, a busca por ativos tangíveis se intensificou.

Ademais, esse comportamento é semelhante ao que ocorreu em outras crises, quando o ouro atuou como reserva de valor diante da instabilidade financeira.

Desse modo, a perspectiva de que esse movimento ganhe ainda mais força tem impulsionado as casas de investimento a revisarem suas projeções.

Fuga dos Treasuries no radar

Segundo o Goldman, uma perda de confiança nos títulos do Tesouro americano poderia abrir espaço para uma alocação inédita no metal.

Nesse sentido, o raciocínio é que parte relevante do capital estrangeiro que financia os EUA migraria para ativos escassos e de liquidez global.

Além disso, para investidores institucionais, o ouro oferece uma vantagem: não está atrelado a um emissor soberano e carrega um histórico milenar de proteção em tempos de crise.

Portanto, isso explica o aumento da demanda mesmo em meio a um cenário de juros elevados.

Impactos no mercado global

Se o ouro romper os US$ 5.000, o efeito pode ser sentido em várias frentes. Empresas de mineração listadas em bolsa seriam diretamente beneficiadas, assim como ETFs lastreados no metal.

Por outro lado, o dólar poderia enfrentar maior volatilidade, já que parte de seu papel como reserva global estaria em xeque.

Por fim, no Brasil, papéis ligados à mineração, como Vale (VALE3) e as junior miners listadas na B3, também poderiam se beneficiar indiretamente, seja pela diversificação de portfólio dos investidores ou pelo fortalecimento das commodities metálicas como classe de ativo.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.