
- Banco Pan (BPAN4) sobe mais de 28% após proposta de incorporação pelo BTG Pactual.
- BTG oferece prêmio superior a 30% e transforma o Pan em subsidiária integral.
- Operação encerra ciclo iniciado em 2011 e reforça estratégia de consolidação do grupo.
As ações do Banco Pan (BPAN4) subiram mais de 28% nesta terça-feira (14), impulsionadas pela proposta do BTG Pactual (BPAC11) para incorporar integralmente o banco. A operação marca um novo ciclo de consolidação dentro do grupo financeiro.
O plano do BTG prevê troca de ações: cada papel preferencial do Pan será convertido em 0,2128 unit do BTG, o que representa um preço equivalente a R$ 10,07 por ação. O valor implica prêmio superior a 30% sobre o fechamento anterior.
Incorporação estratégica do BTG
De acordo com o BTG, a incorporação tem como objetivo simplificar a estrutura corporativa, melhorar a eficiência operacional e reduzir custos. Com a aprovação dos órgãos reguladores, o Banco Pan se tornará subsidiária integral indireta do grupo.
Além disso, o projeto abrange o Banco Sistema, que também pertence ao BTG. Analistas consideram a integração total um movimento natural, devido às sinergias existentes entre as duas instituições.
Para o Bradesco BBI, o preço oferecido reflete expectativas de ganhos operacionais significativos. “O BTG continua focado em simplificar sua estrutura e adotar práticas internas mais eficientes”, disseram os analistas.
Reação do mercado e opinião de analistas
O mercado reagiu rapidamente à proposta. Por volta das 11h05, os papéis do Pan avançavam 26,3%, cotados a R$ 9,73, após atingirem R$ 9,87 na máxima do dia. Em contrapartida, as units do BTG recuavam 1,97%, negociadas a R$ 46,38.
Na avaliação do UBS BB, o movimento já era esperado. O banco destacou que o CFO do BTG, Renato Cohn, havia sinalizado interesse em ampliar a fatia no Pan, desde que o preço fosse considerado adequado.
Mesmo sem considerar sinergias imediatas, o UBS classificou a operação como neutra para o lucro por ação do BTG em 2026. Além disso, o impacto nos índices de capital deve ser mínimo, mantendo o foco em eficiência e integração.
Histórico de controle e evolução da parceria
O BTG Pactual iniciou sua participação no Banco Pan em 2011, ao adquirir 51% das ações ordinárias do Grupo Silvio Santos, equivalentes a 37,6% do capital social. No mesmo ano, firmou acordo de acionistas com a Caixapar, braço da Caixa Econômica Federal.
Em 2021, a Caixapar vendeu toda a sua participação, e o BTG passou a deter 71,7% do capital social do Pan, assumindo o controle total. Com o tempo, essa participação aumentou para 76,9%, patamar atual.
Dessa forma, a nova proposta representa a etapa final de consolidação entre as duas instituições. O processo encerra um ciclo de mais de dez anos de parceria e reforça a integração completa do Pan ao BTG Pactual.
Perspectivas e impacto futuro
A incorporação deve gerar sinergias operacionais relevantes, fortalecendo a presença do grupo no segmento de crédito e varejo digital. Além disso, a consolidação tende a reduzir custos de captação e aumentar a rentabilidade da estrutura combinada.
Com o Banco Pan fora da B3, o BTG ganha flexibilidade para integrar serviços e tecnologia, o que pode ampliar a base de clientes e melhorar a margem financeira.
Por outro lado, analistas destacam que o sucesso da operação dependerá da agilidade regulatória e da execução eficiente do plano de integração. Mesmo assim, o consenso é de que o negócio reforça a posição do BTG como referência em inovação bancária.