
- Petrobras negocia joint-ventures em etanol com FS e Inpasa, líderes no setor de milho
- Estatal prevê investir até US$ 2,2 bi em biocombustíveis e mira participação minoritária de até 49%
- Movimento pode diversificar receitas, reforçar agenda ESG e impactar PETR3 e PETR4 no médio prazo
A Petrobras (PETR3; PETR4) está em fase avançada de negociações com FS e Inpasa para formar joint-ventures no setor de etanol. As duas empresas, líderes na produção de etanol de milho na América Latina, seriam as mais próximas de fechar um acordo entre as seis companhias sondadas pela estatal.
O movimento reforça a estratégia da Petrobras de retomar presença no setor de biocombustíveis, após anos de retração, e faz parte das metas de descarbonização e da proteção contra a queda futura no consumo de gasolina. O plano de negócios atual já prevê US$ 2,2 bilhões em investimentos em etanol, e a companhia deve manter a prioridade no próximo ciclo estratégico.
Por que o etanol voltou ao radar da Petrobras
As negociações ocorrem mesmo em um cenário de petróleo mais barato, que em tese reduziria o apetite por novas aquisições. Ainda assim, a presidente Magda Chambriard reforçou em agosto que o etanol é estratégico por competir com a gasolina e também ser insumo essencial para o combustível de aviação sustentável (SAF).
Além disso, a estatal pretende atuar como sócia minoritária, com participação de até 49% nas possíveis joint-ventures. Há ainda a possibilidade de dividir o investimento com um terceiro parceiro, diluindo a fatia da Petrobras sem reduzir sua exposição ao setor.
Desse modo, a entrada da Petrobras também pode acelerar a expansão do etanol de milho, que vem ganhando espaço frente ao etanol de cana, cuja produção permanece estagnada. O Brasil já é o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos EUA.
O que isso significa para investidores e mercado
O retorno da Petrobras ao etanol pode impactar o mercado de energia. Assim, a medida abre novas frentes de receita em biocombustíveis e ajuda a diversificar riscos durante a transição energética.
Ademais, para acionistas a notícia indica um posicionamento estratégico da estatal. A decisão ocorre diante da pressão global por descarbonização e pode influenciar a percepção de valor de PETR3 e PETR4 no médio prazo.
Por fim, analistas avaliam que a entrada consistente no setor pode aumentar a resiliência da companhia. A estratégia fortalece sua imagem em ESG e amplia a capacidade de atrair investidores institucionais.