
- Petrobras reduz preço da gasolina em R$ 0,14 por litro, queda de 4,9%.
- Corte reduz defasagem com o mercado internacional, segundo a Abicom.
- Diesel não sofre alteração e segue abaixo da paridade de importação.
A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (20) uma redução de 4,9% no preço da gasolina nas refinarias. O ajuste ocorre após semanas de pressão do mercado e dos importadores. O valor médio de venda passa a ser de R$ 2,71 por litro, uma queda de R$ 0,14 em relação ao preço anterior.
A estatal vinha operando acima das cotações internacionais, o que aumentava a defasagem entre o preço interno e o de importação. Com o corte, a empresa reduz o prêmio de 8% (R$ 0,22 por litro) que vinha sendo cobrado até o início da semana, segundo dados da Abicom.
Alívio no preço e impacto limitado ao consumidor
Embora o reajuste beneficie as distribuidoras e os postos, a Petrobras evitou estimar o repasse final ao consumidor.
Isso porque o preço da gasolina pura representa cerca de um terço do valor cobrado nas bombas, enquanto o restante depende da mistura com etanol (30%), além de impostos e margens de lucro de postos e distribuidoras.
O governo tem criticado o setor privado por reter parte das reduções feitas pela estatal. Segundo o Planalto, os cortes não chegam integralmente aos consumidores, especialmente nas capitais, onde a concorrência é menor.
Estratégia e defasagem controlada
Com o novo corte, a Petrobras tenta ajustar sua política de preços às condições externas sem reabrir a política de paridade automática de importação (PPI), extinta em 2023. Desde então, a empresa vem adotando uma estratégia de ajustes pontuais que levam em conta custos de produção, margens e concorrência regional.
Além disso, o último reajuste havia ocorrido em junho, quando a estatal aumentou o preço da gasolina para compensar o avanço das cotações internacionais. Agora, com a queda do barril e a estabilização do câmbio, a defasagem foi revertida.
De acordo com o Instituto de Estudos Estratégicos em Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep), o prêmio médio de venda chegou a 12% em setembro e vinha caindo desde então.
A atualização da Abicom mostra que, após o corte, o preço interno se aproxima da paridade de importação, encerrando um ciclo de sobrepreço iniciado no meio do ano.
Diesel permanece abaixo da paridade
O diesel, que já é vendido abaixo do preço internacional, não terá alteração.
Ademais, segundo a Petrobras, o foco do ajuste é equilibrar a competitividade da gasolina e evitar novas pressões sobre o caixa da companhia.
Desde dezembro de 2022, a estatal reduziu o preço do combustível em R$ 0,36 por litro, o equivalente a uma queda real de 22,4%, considerando a inflação acumulada no período.