
- Petrobras pode ter de aportar até US$ 1,7 bi para manter participação na Braskem.
- Dividendos em risco, com yield podendo cair para 8,2%.
- Pressão adicional com licenciamento ambiental, em projeto-chave na Margem Equatorial.
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) caíram nesta segunda-feira (29) em meio ao tombo contínuo da Braskem , que já acumula mais de 40% de queda em 2025. O mercado especula que a petroquímica terá de passar por uma reestruturação de dívida, e isso pressiona diretamente a estatal.
De acordo com analistas, a Petrobras pode ser obrigada a injetar bilhões de dólares para preservar sua participação de 49% na Braskem (BRKM5). Esse movimento reduziria a capacidade de pagamento de dividendos aos acionistas e aumentaria a pressão sobre o caixa.
Reestruturação à vista
Um relatório do BTG Pactual aponta que, caso 25% da dívida da Braskem, cerca de US$ 1,7 bilhão, seja convertida em capital, a Petrobras teria de aportar o mesmo valor para não ser diluída.
Nesse cenário, a alavancagem da Braskem cairia para 2,6 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda até 2026, abrindo espaço para melhora operacional. No entanto, o efeito imediato para a Petrobras seria negativo, pois exigiria compromisso constante de capital.
Além disso, analistas alertam que essa injeção reduziria o dividend yield da Petrobras em 0,8 ponto percentual, para algo em torno de 8,2%. Isso limita retornos no curto prazo e gera incerteza sobre a política de distribuição da estatal.
Pressão no mercado
A crise da Braskem não é a única fonte de preocupação. A Petrobras também encara riscos regulatórios ligados ao bloco FZA-M-59, na Margem Equatorial, considerado estratégico para a companhia.
Embora o Ibama tenha aprovado um teste em agosto, ainda pediu ajustes antes da emissão da licença final de perfuração. Esse impasse aumenta a cautela de investidores, já que o projeto é um dos mais relevantes para abrir uma nova fronteira exploratória.
Dessa forma, o mercado vê a Petrobras cercada por três frentes de risco: novos compromissos de capital, dividendos ameaçados e entraves ambientais. Essa combinação pressiona a confiança dos acionistas e amplia a volatilidade das ações.