
A Petrobras (PETR3)(PETR4) está reavaliando o futuro de suas operações terrestres na Bahia. A CEO da companhia, Magda Chambriard, afirmou que a estatal considera vender, terceirizar ou até manter sob nova gestão o Polo Bahia Terra, um conjunto de campos maduros de petróleo e gás natural localizados no interior do estado.
A decisão ainda não foi tomada, mas ganha força em meio à busca por eficiência e rentabilidade nos ativos da companhia.
“Quando o petróleo está a US$ 100 por barril, faz mais sentido do que a US$ 65 por barril”, disse Chambriard, durante o Fórum Brasil-China de Construção Naval, no Rio de Janeiro. “Ainda não decidimos o que fazer: se vamos mantê-la, terceirizar a operação ou simplesmente passar o ativo adiante”, completou.
O Polo Bahia Terra produz cerca de 12.400 barris de óleo equivalente por dia, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Embora esse volume não seja desprezível, é significativamente inferior à produtividade de um único poço do pré-sal, região que responde por mais de 70% da produção nacional de petróleo e onde os custos por barril são bem mais competitivos.
A avaliação da Petrobras não é nova. A estatal iniciou o processo de venda das concessões do polo em 2020, durante a gestão anterior, com o objetivo de se desfazer de ativos considerados marginais para focar em campos mais lucrativos, como os do pré-sal.
No entanto, a venda foi suspensa em 2023, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja política para a Petrobras passou a priorizar investimentos no Brasil e a retomada do papel estratégico da empresa em várias regiões do país.
Agora, o futuro do polo volta à mesa da diretoria. A alta capilaridade e os custos operacionais mais elevados dos campos terrestres — em contraste com o elevado retorno dos projetos offshore — têm pressionado o balanço da companhia, que precisa decidir se o ativo ainda se encaixa em sua estratégia de longo prazo.
Caso a venda avance, o ativo pode interessar a empresas independentes de óleo e gás, que têm se especializado na revitalização de campos maduros e produção em terra.
Alternativamente, a Petrobras pode optar por um modelo de operação terceirizada, mantendo o controle estratégico do ativo sem absorver os custos diretos da operação.