
O governo federal estuda a possibilidade de acessar reservas de lucros acumuladas por estatais para melhorar os resultados fiscais, por meio do pagamento de dividendos extraordinários. A Petrobras (PETR4)(PETR3) e o BNDES, principais envolvidos, já sinalizaram que qualquer decisão sobre o tema dependerá de uma análise técnica detalhada e de aprovação interna rigorosa, segundo informações do jornal Valor Econômico.
O Bradesco BBI adota uma posição cautelosa. A instituição entende que, no atual cenário de preços do petróleo, não seria prudente que a Petrobras realizasse pagamentos extras de dividendos.
Ainda assim, o banco ressalta que a estatal mantém uma reserva mínima de caixa e tem possibilidades de se alavancar para suportar essa distribuição, se assim decidir.
Segundo o BBI, o rendimento anual estimado de dividendos em dinheiro da Petrobras gira em torno de 11%.
Cada US$ 1 bilhão adicional distribuído em dividendos complementares poderia elevar esse rendimento em cerca de 1,3%, um atrativo para investidores que buscam retorno de curto prazo.
Riscos e oportunidades para acionistas e Petrobras
Já a Genial Investimentos vê o cenário com nuances. Para a casa, a eventual liberação das reservas de lucros pode ser um benefício pontual para os acionistas, que receberiam um impulso financeiro imediato.
Por outro lado, a pressão por esses dividendos extraordinários pode limitar a capacidade da Petrobras de investir em projetos estratégicos essenciais para seu crescimento sustentável no longo prazo.
Além disso, a Genial alerta para a falta de clareza sobre os critérios e condições que orientariam essa distribuição extraordinária, o que pode elevar a percepção de risco regulatório entre investidores, afetando o valuation da companhia.
Dessa forma, o time de análise da Genial mantém recomendação neutra para as ações da Petrobras e projeta um preço-alvo de R$ 48,00.