Mercado em atenção

Petrobras reacende produção em Tupi e pode derrubar o preço do petróleo

Reativação da plataforma Cidade de Angra dos Reis pode elevar o volume de barris no mercado e manter preços do petróleo na faixa dos US$ 60.

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Crédito: Depositphotos
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  • Petrobras (PETR4) retomou o FPSO Cidade de Angra dos Reis, reativando o campo de Tupi.
  • Produção brasileira estabilizada em 4 milhões de barris/dia, segundo a ANP.
  • Expansão pode pressionar o preço global do petróleo, mantendo o barril perto de US$ 60.

A Petrobras (PETR4) retomou a produção no campo de Tupi, um dos maiores do país, após meses de paralisação determinada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).

A operação foi reiniciada com o FPSO Cidade de Angra dos Reis, embarcação flutuante que chegou a produzir 44 mil barris por dia antes da suspensão por questões de segurança.

Retomada em Tupi reforça produção nacional

O retorno do FPSO amplia a capacidade produtiva do Brasil e reforça o papel da Petrobras no pré-sal. A estatal busca recuperar a operação plena de seus principais campos até o fim de 2025.

Atualmente, Tupi é o segundo maior campo produtor, atrás apenas de Búzios, onde a companhia deve estrear outro FPSO nas próximas semanas. Com essa expansão, a estatal mantém o ritmo de investimentos em novos poços e consolida sua posição entre os grandes produtores mundiais.

Enquanto isso, dados da ANP mostram que a produção brasileira se estabilizou em 4 milhões de barris/dia nos últimos meses, o que reforça o impacto do país na oferta global.

Oferta crescente preocupa o mercado

Apesar do avanço tecnológico e da eficiência da Petrobras, o aumento de produção preocupa investidores e analistas. Isso porque a Equinor prepara o retorno do campo Peregrino e a estreia de Bacalhau, também em águas profundas.

Esses novos volumes devem elevar o excedente global, pressionando os preços. O petróleo tipo Brent permanece em torno de US$ 60, refletindo a oferta farta e a incerteza sobre a demanda mundial.

Além disso, a Opep+ continua adicionando barris ao mercado, o que pode manter a cotação em patamares baixos por mais tempo. Para alguns analistas, o cenário combina alta produção e baixo apetite de consumo.

Brasil ganha protagonismo energético

Mesmo com a pressão sobre os preços, a Petrobras avança em um plano de expansão robusto. A empresa prevê investir US$ 3 bilhões até 2028 em novas plataformas na Margem Equatorial e em projetos no pré-sal.

Ademais, o objetivo é sustentar o crescimento de longo prazo e fortalecer a posição do Brasil como referência em exploração offshore. Para especialistas, o desafio agora é equilibrar produção, preço e sustentabilidade.

Por fim, com a estabilização dos barris e novos FPSOs operando, o país caminha para consolidar um novo ciclo de autossuficiência energética.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.