
- Petrobras deve apresentar lucro líquido de R$ 20,1 bilhões no 2T25
- Dividendos projetados podem render R$ 1,48 por ação, retorno de cerca de 3%
- Analistas destacam eficiência operacional e estabilidade no fluxo de caixa
A Petrobras deve divulgar, após o fechamento do mercado, um resultado robusto para o segundo trimestre de 2025. As projeções indicam lucro líquido de R$ 20,1 bilhões, receita líquida de R$ 116,5 bilhões e Ebitda de R$ 58,1 bilhões, em um cenário marcado por volatilidade no mercado internacional de petróleo.
Investidores e analistas aguardam, além dos números, sinais sobre a estratégia da estatal diante de um ambiente global mais protecionista. O desempenho da produção, as margens operacionais e a política de dividendos são pontos centrais para o mercado, que busca entender a resiliência da companhia frente às oscilações externas.
Efeito da queda do petróleo no trimestre
O preço médio do Brent no trimestre ficou em US$ 67 por barril, uma queda de 12% em relação ao período anterior. Esse recuo foi influenciado, em parte, pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos em abril, o que alterou a dinâmica de oferta e demanda no mercado global.
No Brasil, porém, os preços da gasolina e do diesel não caíram na mesma proporção, permitindo à Petrobras manter spreads de crack positivos. Logo, essa diferença ajudou a preservar margens, mesmo em um cenário internacional mais desafiador.
Segundo Marco Saravalle, CIO da MSX, o resultado da produção surpreendeu positivamente e pode sustentar o Ebitda em níveis próximos aos R$ 60 bilhões registrados no ano passado. Portanto, ele ressalta que margens operacionais e fluxo de caixa serão determinantes para o humor dos investidores após a divulgação.
Dividendos no radar do mercado
As estimativas apontam para a distribuição de aproximadamente US$ 2,2 bilhões em dividendos, equivalentes a R$ 1,48 por ação. Esse valor representaria um retorno próximo de 3% sobre o preço atual dos papéis.
Sendo assim, a manutenção dessa política de remuneração reforçaria a atratividade do papel, especialmente em um momento de incertezas externas. Para analistas, a consistência na geração de caixa e o baixo nível de endividamento criam espaço para dividendos robustos, mesmo com petróleo mais barato.
Ainda assim, a decisão final dependerá da avaliação da diretoria sobre o equilíbrio entre distribuição de lucros e investimentos estratégicos. Portanto, essa equação será observada de perto por investidores que buscam previsibilidade no retorno.
Desafios estratégicos à frente
O ambiente global passou por mudanças relevantes, com destaque para o “Liberation Day” nos EUA, que marcou um avanço no protecionismo comercial. Esse movimento impacta cadeias de suprimento e exige que a Petrobras adote medidas rápidas de adaptação.
Ademais, entre as prioridades, estão o controle de investimentos em capital fixo (CAPEX), a maximização da taxa de utilização das refinarias e a revisão de metas de produção. A busca por eficiência operacional também deve caminhar junto à preparação para a transição energética.
Desse modo, especialistas avaliam que a capacidade de ajustar planos diante de choques externos será essencial para preservar competitividade. Uma postura proativa nesse sentido pode diferenciar a Petrobras de outros players do setor.
Olhar dos investidores
As expectativas para o resultado são positivas, embora moderadas. A consistência operacional e a manutenção de margens indicam que a companhia segue resiliente, mesmo em um ambiente global instável.
Além disso, a divulgação do balanço será também uma oportunidade para avaliar a sustentabilidade financeira da estatal. Caso os números confirmem as projeções, o mercado pode reagir de forma otimista no curto prazo.
Por fim, mais do que um retrato do desempenho recente, o relatório poderá servir de guia para o posicionamento da Petrobras nos próximos meses. O tom adotado pela gestão em relação a dividendos, investimentos e estratégia internacional será fundamental para orientar decisões de investidores.