
- Petrobras elevou em 8,1% a produção de óleo e gás no 2º trimestre; destaque para crescimento no pré-sal.
- Companhia ampliou em 229,7% a importação de diesel para atender demanda interna.
- Avanço operacional pode reforçar caixa e impulsionar distribuição de proventos em 2025.
A Petrobras apresentou nesta terça-feira (29) os dados operacionais do segundo trimestre de 2025. Assim, o desempenho da petroleira impressionou pela alta consistente na produção total de óleo e gás, com reflexos positivos também no pré-sal e nas exportações.
Embora o volume extraído e comercializado tenha registrado avanço, os números também revelam estabilidade no refino e aumento significativo nas importações, especialmente de diesel. Os dados levantam questionamentos sobre a capacidade interna da companhia e a pressão da demanda no mercado doméstico.
Produção cresce e pré-sal mantém protagonismo
A produção total de óleo e gás da Petrobras entre abril e junho alcançou 2,879 milhões de barris diários de óleo equivalente (boed), o que representa uma alta de 8,1% frente ao mesmo período de 2024. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 5,1%.
A produção comercial chegou a 2,546 milhões de boed, mantendo a mesma taxa de crescimento anual, com acréscimo de 5,4% ante os três meses anteriores. No recorte da produção de petróleo, a estatal registrou 2,320 milhões de barris por dia, aumento de 7,6% na base anual e de 4,8% na trimestral.
Já a produção de gás natural totalizou 559 mil boe/d, com variação positiva de 10% sobre o segundo trimestre de 2024. Desse modo, quando comparada ao primeiro trimestre, houve incremento de 6,3%. No pré-sal, a extração de petróleo atingiu 1,974 milhão de bpd, com destaque para a alta anual de 8,8%.
Vendas internas sobem, mas refino recua
A venda de derivados no mercado interno teve crescimento modesto. No segundo trimestre, o volume subiu 0,8% frente ao mesmo período do ano anterior, alcançando 1,714 milhão de barris por dia (Mbpd). No acumulado do semestre, a média foi de 1,705 Mbpd, 1,9% maior do que em 2024.
Ademais, apesar da elevação nas vendas, a produção total de derivados caiu 0,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, para 1,730 Mbpd. O fator de utilização do parque de refino (FUT) permaneceu estável em 91%, tanto no trimestre quanto no semestre.
Por fim, as vendas de diesel somaram 721 mil bpd, com leve alta de 0,6% na base anual e queda de 1,8% em relação ao primeiro trimestre. A gasolina teve desempenho mais sólido: subiu 3,1% ante 2024, apesar da queda de 4% em comparação com os três meses anteriores.
Importações e exportações crescem em ritmo diferente
As importações da Petrobras chamaram atenção, sobretudo no caso do diesel. No segundo trimestre, a estatal importou 348 mil bpd, o que representa alta de 14,5% frente ao mesmo período de 2024 e de 28,9% sobre o trimestre anterior. No caso do diesel, o avanço foi de 229,7%.
Além disso, as importações de gasolina recuaram para 3 mil bpd, com queda de 72,7% ante o mesmo trimestre do ano passado e retração de 25% em relação ao início do ano. O movimento reforça a sazonalidade e o foco no diesel para atender a demanda.
Por outro lado, as exportações da companhia cresceram 2,7% na comparação anual, alcançando 874 mil bpd. Desse modo, as vendas externas de petróleo subiram 6% e foram majoritariamente destinadas à China, que respondeu por 54% das compras, seguida pela Europa (19%) e os EUA (8%).
Foco no gás e oportunidades à frente
No segundo trimestre, as vendas de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) aumentaram 9,8% em relação ao primeiro trimestre, impulsionadas por fatores sazonais e maior atividade industrial. Esse crescimento reforça a diversificação da demanda energética no país.
Ademais, apesar dos bons números, a queda na produção de derivados como diesel e gasolina, ambos com recuo de 3,1% na comparação anual, acende um sinal de alerta. Ainda que o refino permaneça com alta utilização, o crescimento do consumo pressiona a necessidade de importações.
Por fim, para investidores a expectativa agora recai sobre os próximos passos da Petrobras em seu plano estratégico. A alta na produção e nas exportações pode fortalecer o fluxo de caixa, o que pode ter impacto relevante sobre os dividendos da companhia ainda neste ano.