Economia

Petróleo, café, aço… Veja quais produtos brasileiros serão mais afetados pela tarifa de 50% imposta por Trump

Taxação tem início previsto para 1º de agosto

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Empresas Commodities Bolsa
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A nova taxação do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, sobre produtos brasileiros promete afetar em cheio setores estratégicos da economia nacional, atingindo diretamente itens que compõem a espinha dorsal das exportações do Brasil para os EUA.

A imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com início previsto para 1º de agosto, é uma resposta às “tarifas e barreiras comerciais injustas” aplicadas pelo Brasil, segundo Trump.

Mas, ao contrário do que afirma o presidente americano, os dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que o Brasil acumula déficits comerciais com os EUA há 16 anos, totalizando mais de US$ 88 bilhões em saldo negativo desde 2009.

Os mais atingidos: veja os principais alvos da tarifa de 50%

Um levantamento com base em dados de comércio exterior entre janeiro e junho de 2025 mostra os produtos brasileiros mais exportados aos EUA — e que agora correm o risco de perder competitividade com o novo imposto:

ProdutoValor exportado (jan-jun/25)
Óleos brutos de petróleoUS$ 2,37 bilhões
Ferro/aço semimanufaturado (baixo carbono)US$ 1,49 bilhão
Café não torrado, não descafeinadoUS$ 1,16 bilhão
Carnes bovinas desossadas e congeladasUS$ 737,8 milhões
Ferro-gusaUS$ 683,6 milhões
Celulose de madeira não coníferaUS$ 668,6 milhões
Óleos combustíveis e derivados de petróleoUS$ 610,2 milhões

Com a tarifa, produtos como petróleo, aço, carne e café devem se tornar significativamente mais caros para os compradores americanos — o que pode abrir espaço para concorrentes de outros países e reduzir a fatia brasileira no mercado dos EUA.

E se o Brasil reagir?

Na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Trump ameaçou: qualquer retaliação brasileira será acompanhada por novas altas tarifárias

Em outras palavras, se o Brasil decidir aumentar suas tarifas sobre produtos americanos, os EUA adicionarão esse percentual aos já anunciados 50%.

Por outro lado, Trump ofereceu uma saída diplomática: prometeu rever a tarifa se o Brasil abrir seus mercados e eliminar o que chamou de “barreiras injustas”. 

Ele também incentivou empresas brasileiras a produzirem diretamente em território americano, prometendo “agilidade nos trâmites” para instalação de fábricas.

A decisão também veio carregada de mensagens políticas. Trump mencionou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamando de “vergonha internacional” o julgamento do ex-mandatário no Supremo Tribunal Federal. 

Ele ainda alegou — sem apresentar provas — que a tarifa foi decidida “em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra eleições livres e à violação da liberdade de expressão dos americanos”.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.