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Petróleo dispara mais de 5% após sanções dos EUA contra gigantes russas

Medida do governo Trump contra Rosneft e Lukoil reacende temores sobre oferta global e impulsiona Brent e WTI às maiores altas em semanas.

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Free Petroleo
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  • Brent sobe 5,1% e WTI avança 5,4% após sanções dos EUA à Rosneft e Lukoil.
  • Oferta global pode cair, reduzindo temores de excesso de produção.
  • Queda nos estoques americanos e sanções europeias reforçam tendência de alta do petróleo.

O petróleo disparou mais de 5% nesta quinta-feira (23) após os Estados Unidos anunciarem sanções contra as duas maiores petrolíferas da Rússia, Rosneft e Lukoil. A decisão do presidente Donald Trump elevou os preços da commodity e renovou o otimismo no mercado de energia, que vinha pressionado por sinais de excesso de oferta.

O movimento amplia a recuperação iniciada no começo da semana, quando o barril havia atingido o menor valor em cinco meses.

Impacto das sanções americanas

As novas restrições, anunciadas pelo Departamento do Tesouro dos EUA, buscam pressionar o Kremlin a aceitar um cessar-fogo imediato na Ucrânia.

Segundo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, as empresas sancionadas “financiam a máquina de guerra russa”. Ele afirmou ainda que Washington está preparada para adotar medidas adicionais, caso Moscou não mude sua postura.

Com as sanções, parte da oferta global de petróleo pode ficar comprometida, afastando o risco recente de excesso de produção que vinha derrubando os preços. Os contratos do Brent para dezembro subiram 5,1%, a US$ 65,76, enquanto o WTI avançou 5,4%, a US$ 61,66 por barril.

A ação marca uma mudança na postura de Trump em relação à Rússia até agora, o republicano evitava medidas diretas contra Moscou. Além disso, a União Europeia anunciou novas sanções, atingindo petroleiros russos e proibindo a importação de gás natural liquefeito (GNL).

Estoques dos EUA reforçam o rali

Outro fator que impulsionou o mercado foi a queda inesperada dos estoques americanos. Segundo dados oficiais, os estoques recuaram 960 mil barris na semana encerrada em 17 de outubro, contrariando projeção de alta de 2,2 milhões.

Sendo assim, as reservas de gasolina e destilados também diminuíram, indicando demanda mais forte no maior consumidor global de combustíveis.

Além disso, a leitura positiva reduziu o pessimismo com a atividade econômica dos EUA, que vinha pesando sobre o mercado nas últimas semanas.

Desse modo, analistas agora esperam pelos dados de inflação ao consumidor, previstos para sexta-feira (24), buscando sinais sobre o ritmo da economia e possíveis movimentos do Federal Reserve.

Reação global e próximos passos

Com a escalada das tensões, a Índia estuda reduzir compras de petróleo russo e diversificar seus fornecedores, segundo relatórios recentes.

Nesse sentido, a expectativa é que as novas restrições ao comércio com Moscou sustentem os preços do barril nos próximos meses.

Ademais, o avanço do petróleo reforça a percepção de que o mercado de energia entra em nova fase de volatilidade, marcada por incertezas geopolíticas e ajustes de produção.

Por fim, para os investidores, o cenário reforça a busca por ativos de proteção, como ouro e títulos do Tesouro americano.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.