Petróleo pode virar o jogo já em outubro: OPEP+ estuda novo aumento de produção

• OPEP+ discute novo aumento de produção no domingo, o que pode antecipar fim dos cortes
• Decisão pode afetar Petrobras, petroleiras juniores e setores consumidores de energia
• Preços do Brent seguem perto de US$ 68, sustentados por sanções à Rússia e ao Irã

Oito membros da OPEP+ devem se reunir neste domingo (7) para decidir se ampliam novamente a produção de petróleo em outubro, segundo fontes próximas às discussões. Assim, a medida colocaria em xeque parte dos cortes que só deveriam ser revertidos em 2026, ampliando a oferta de forma antecipada.

A organização já elevou as cotas em 2,5 milhões de barris por dia (bpd) neste ano, sob pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, e na tentativa de recuperar participação de mercado. Mesmo assim, o petróleo Brent segue resiliente, negociado a US$ 68 o barril, bem acima da mínima de US$ 58 registrada em abril, sustentado pelas sanções contra Rússia e Irã.

Oferta em xeque: possível impacto no mercado

Se aprovado, o novo aumento desfaria uma segunda série de cortes de 1,65 milhão de bpd, equivalente a 1,6% da demanda global. Essa reversão ocorreria mais de um ano antes do previsto.

Analistas avaliam que a estratégia pode reacender a guerra por preços no setor. O impacto se estenderia de rivais como os EUA até companhias brasileiras listadas na B3.

Desse modo, para Petrobras (PETR4), Brava (BRAV3) e 3R Petroleum (RRRP3), a maior oferta global pode manter pressão sobre margens.

Apesar disso, setores dependentes de derivados podem se beneficiar da queda nos custos. Já para importadores de energia, como grandes indústrias e transportadoras, um petróleo mais barato tende a aliviar pressões de custos.

Cenário político e geopolítico

A decisão ocorre em meio a tensões diplomáticas. Para Washington, o aumento da produção é um instrumento para segurar preços e conter pressões inflacionárias nos EUA.

Para a Arábia Saudita e outros membros, a estratégia de recuperar participação de mercado pode gerar efeitos colaterais.

Portanto, ela pode reduzir receitas em um momento de necessidade fiscal elevada.

O que o investidor deve observar

• Petrobras e juniores podem sentir volatilidade caso o Brent recue de forma consistente.
• Companhias aéreas e setores industriais tendem a se beneficiar de preços mais baixos.
• Mercado cambial pode reagir a movimentos do petróleo, com reflexos no dólar e nos juros futuros no Brasil.

Por fim, o encontro deste domingo pode marcar uma guinada na estratégia da OPEP+, com impacto imediato nos mercados globais. Investidores monitoram atentamente se o cartel vai manter a pressão ou interromper os aumentos já em outubro.