
O preço do petróleo registra queda nesta sexta-feira (23), pressionado pela intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia, além das expectativas de que a OPEP+ aumente sua produção em 411 mil barris por dia a partir de julho.
Por volta das 10h05, o petróleo Brent recuava 1%, cotado a US$ 63,83 por barril, marcando o terceiro dia consecutivo de queda para a commodity.
O grupo OPEP+ já havia elevado suas metas de produção em cerca de 1 milhão de barris diários nos meses de abril, maio e junho, e agora sinaliza a possibilidade de liberar o restante do corte voluntário até o final de outubro.
Essa perspectiva de maior oferta global pressiona os preços para baixo, limitando a valorização do petróleo.
Apesar disso, o cenário geopolítico segue tenso, com o mercado atento a possíveis ataques israelenses a instalações nucleares iranianas, além das novas sanções da União Europeia e do Reino Unido contra a Rússia. Esse clima de incerteza atua como um contraponto ao aumento da oferta.
Além dos fatores geopolíticos, os estoques de petróleo nos Estados Unidos também influenciam a pressão sobre os preços, contribuindo para o recuo observado no mercado.
Tarifas de Trump aumentam tensão comercial e pressiona petróleo
A tensão global se agravou com o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, que declarou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados da União Europeia, a partir de 1º de junho de 2025.
Trump justificou a medida como uma resposta às “práticas comerciais desleais” da UE, mencionando barreiras tarifárias, impostos sobre valor agregado, penalidades corporativas, manipulação monetária e processos judiciais, que, segundo ele, geram um déficit comercial superior a US$ 250 bilhões por ano para os Estados Unidos.
Em postagem no Truth Social, Trump reforçou seu posicionamento: “Não haverá tarifa se o produto for fabricado nos Estados Unidos”.
O anúncio intensifica o conflito comercial entre Washington e Bruxelas, gerando apreensão nos setores industriais e comerciais globais devido aos possíveis impactos econômicos e diplomáticos.
Até o momento, a União Europeia não se pronunciou oficialmente e aguarda a realização de uma conversa agendada para esta sexta-feira (23) entre o chefe de comércio da UE, Maros Sefcovic, e seu homólogo americano, Jamieson Greer, para definir uma resposta.