
O preço do petróleo iniciou a semana em alta nesta segunda-feira (14), estendendo o movimento positivo da semana passada marcado pelas tensões comerciais. Desta vez, a commodity reage as novas ‘vítimas’ do tarifaço de Donald Trump, que atinge México e União Europeia, depois dos 50% contra o Brasil.
Além disso, as tensões na Rússia e Ucrânia alimentam esse cenário. Trump afirmou que nesta segunda-feira (14) fará um anuncio para a Rússia.
Por volta das 08:25 (horário de Brasília), os contratos futuros do Brent — referência global e também usada pela Petrobras (PETR4) — com vencimento em setembro subiam 1,18%, cotados a US$ 71,14 por barril.
Já o WTI, referência nos Estados Unidos, avançava 1,20%, a US$ 69,27 o barril.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), mesmo com o aumento de produção acima do previsto por parte da Opep+, a forte demanda por combustíveis no verão do hemisfério norte e a maior atividade de refino mantêm o mercado global apertado. “Há uma dinâmica de escassez temporária que deve sustentar os preços no curto prazo”, pontuou a agência.
Trump eleva tensão com Moscou e mercados reagem
O pano de fundo para essa movimentação é político e geoestratégico. No domingo (13), o presidente Donald Trump afirmou que fará nesta segunda-feira (14) um “anúncio importante” relacionado à Rússia.
Ele também prometeu o envio de baterias antimísseis Patriot à Ucrânia, criticando o presidente russo, Vladimir Putin, pela estagnação nas negociações de paz no leste europeu.
A declaração acendeu alertas no mercado de energia, especialmente após rumores de que os Estados Unidos avaliam novas sanções contra Moscou.
Um projeto de lei em tramitação no Congresso propõe tarifas de até 500% sobre produtos oriundos de países que continuarem comprando petróleo e gás russos, incluindo potências como China e Índia. O texto ainda precisa do aval da Casa Branca.
Nova onda de tarifas de Trump pode frear apetite global
Além da tensão com a Rússia, investidores também digerem a mais nova ofensiva tarifária de Trump, que anunciou no fim de semana a aplicação de tarifas de 30% sobre a maioria das importações vindas da União Europeia e do México, com início previsto para 1º de agosto.
A medida amplia a lista de parceiros comerciais atingidos por tarifas elevadas, que já incluía Brasil, Canadá, Japão e Coreia do Sul. Também foi anunciada uma tarifa de 50% sobre o cobre, outro insumo estratégico para a indústria global.
Apesar da pressão altista sobre os preços do petróleo vinda do lado da oferta e da geopolítica, as incertezas em torno do comércio global colocam um freio na empolgação.