
- WTI fechou a US$ 61,73 e Brent a US$ 65,45, em dia de estabilidade.
- Opep+ manteve produção controlada, mas pressões seguem no mercado.
- Rússia e Oriente Médio voltaram ao centro do risco geopolítico.
O petróleo encerrou a sessão desta terça-feira (7) praticamente estável, após os fortes ganhos da véspera. O movimento ocorreu em meio ao anúncio da Opep+ sobre aumento de produção menor que o esperado, ao mesmo tempo em que persistem tensões geopolíticas no Oriente Médio e novos ataques à infraestrutura russa.
O contrato do WTI para novembro avançou 0,06%, cotado a US$ 61,73, enquanto o Brent para dezembro recuou 0,03%, fechando a US$ 65,45. A lateralização dos preços reflete cautela de investidores diante de um mercado pressionado por oferta e riscos políticos.
Produção da Opep+ limita avanços
A decisão da Opep+ de ampliar a produção em apenas 137 mil barris por dia foi considerada tímida pelo mercado, mas suficiente para manter os balanços globais pressionados. Analistas da Ritterbusch avaliam que os cortes ainda podem empurrar o mercado para um cenário de baixa.
A Arábia Saudita concentra a maior parte da capacidade excedente, o que reforça a dependência do cartel em relação ao país. Apesar disso, há expectativa de que os aumentos de produção sejam descontinuados até o final do ano.
De acordo com o banco ANZ, a notícia trouxe algum alívio para investidores, mas as perspectivas de excesso de oferta seguem vivas, mantendo o Brent em uma faixa estreita de negociação.
Rússia e Oriente Médio sob pressão
O vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, negou que o cartel tenha considerado elevar a produção acima do nível já anunciado. Ainda assim, a Rússia voltou ao radar após relatos de que a refinaria de Kirishi paralisou sua principal unidade de operação depois de um ataque de drone.
No Oriente Médio, o impasse entre Israel e Hamas continua a ser um fator de incerteza. As negociações de paz mediadas pelo Egito seguem em andamento, mas sem avanços concretos até agora.
Esse ambiente de risco geopolítico mantém o petróleo sem direção clara, com investidores divididos entre os ajustes de produção e a instabilidade global.
Mercado em compasso de espera
O equilíbrio entre oferta e demanda segue delicado. A ausência de sinais consistentes de recuperação econômica global, somada à política de produção da Opep+, limita qualquer alta mais consistente no curto prazo.
Por outro lado, analistas reforçam que eventos inesperados, como interrupções em refinarias ou escaladas militares, podem provocar volatilidade imediata nos preços.
Assim, o mercado continua de olho em possíveis cortes adicionais da Opep+ e nas tensões no Oriente Médio, fatores decisivos para a direção do petróleo nas próximas semanas.