
- Ações da PetroRecôncavo recuam 4,39% após divulgação de produção menor em junho e queda do barril de petróleo.
- Parada de sete dias no campo de Cassarongongo, na Bahia, foi o principal fator da retração de 1,8% na produção mensal.
- Analistas veem risco no curto prazo, mas parte do mercado mantém confiança na retomada e em melhorias operacionais da empresa.
As ações da PetroRecôncavo (RECV3) operam em forte queda nesta quarta-feira (9). Por volta das 10h42, os papéis recuavam 4,39%. A queda refletia a retração do petróleo e dados operacionais fracos divulgados em julho.
Segundo a companhia, a produção média em junho foi de 26,9 mil boe/dia, queda de 1,8% frente a maio. Assim, o principal impacto veio do Ativo Bahia, onde a produção caiu 3,2% após uma parada não programada. Além disso, o campo de Cassarongongo ficou inativo por sete dias no período.
Produção em queda preocupa investidores
Apesar de parecer pontual, a queda na produção preocupa analistas e investidores. Isso porque a PetroRecôncavo vinha mantendo uma trajetória de crescimento estável desde o início do ano. Sendo assim, a interrupção no campo de Cassarongongo interrompeu essa sequência, acendendo um sinal de alerta sobre a resiliência operacional da companhia.
Além disso, a produção total da empresa ainda não voltou aos patamares registrados em abril e maio. Mesmo com os esforços de recomposição das operações na Bahia, o desempenho do Ativo Potiguar, outro polo importante da companhia, não foi suficiente para compensar as perdas no período.
Outro ponto de atenção é o fato de que, mesmo com a retomada prevista das atividades, o efeito acumulado de sete dias de paralisação tende a afetar os números trimestrais, o que pode pressionar os resultados financeiros do segundo trimestre.
Pressão adicional do mercado internacional
Enquanto isso, o cenário externo não oferece alívio. O preço do barril do tipo Brent — referência internacional — registra queda nesta semana, com os contratos futuros sendo negociados abaixo de US$ 85. A desaceleração da economia chinesa e o aumento dos estoques nos Estados Unidos têm afetado a demanda global por petróleo, pressionando as cotações para baixo.
Ademais, esse movimento afeta diretamente as empresas do setor, especialmente aquelas com maior exposição à produção em terra, como é o caso da PetroRecôncavo. Com menor margem de manobra para absorver oscilações de preço, a companhia sofre mais em momentos de retração nos valores do barril.
Analistas de mercado apontam que, embora o episódio da paralisação na Bahia seja pontual, o cenário macro global desfavorável pode limitar a recuperação das ações no curto prazo. Por fim, a valorização do dólar frente ao real também pesa nos custos operacionais e compromete o fôlego da companhia para investimentos em manutenção e expansão.
Perspectiva de médio prazo ainda é positiva
Apesar do tom negativo no curto prazo, algumas casas de análise mantêm uma visão otimista para o médio prazo. A retomada total das operações no campo de Cassarongongo já está em andamento, e a companhia segue com planos de investir em aumento de eficiência e produtividade em seus ativos principais.
Além disso, a empresa continua focada na redução de custos e na melhora contínua da recuperação secundária nos campos maduros. Com esses movimentos, a PetroRecôncavo tenta se proteger da volatilidade externa e criar bases mais sólidas para sustentar margens positivas.
Desse modo, investidores mais conservadores, porém, devem acompanhar os próximos dados mensais com atenção redobrada. Portanto, qualquer nova interrupção pode comprometer as expectativas para o restante do ano e ampliar a pressão sobre as ações.