
- ANP vende 5 de 7 blocos do pré-sal; Petrobras, Equinor, Karoon, CNOOC e Sinopec vencem áreas.
- Descobertas da BP (Bumerangue) e da Petrobras (Aram) reativam o interesse por águas profundas.
- Investimentos e royalties devem ganhar impulso, apesar da ausência de Shell, BP e TotalEnergies nas ofertas.
O Brasil voltou ao radar das grandes operadoras. No leilão da última quarta (22), a ANP vendeu cinco dos sete blocos do pré-sal, movimento que indica apetite renovado mesmo com preços internacionais mais baixos.
O resultado ocorre após descobertas recentes e reforça a percepção de que o offshore brasileiro segue competitivo. Investimentos e parcerias tendem a ganhar tração nos próximos meses.
Quem levou o quê
A Petrobras arrematou dois blocos na Bacia de Campos. Um deles ficou 100% com a estatal; no outro, a empresa operará em consórcio com a Equinor. A Karoon surpreendeu e levou sozinha o bloco Esmeralda, ampliando sua presença no país.
Além disso, CNOOC e Sinopec conquistaram o bloco Ametista sem parceiro local, fato raro nas rodadas do pré-sal.
Os blocos Larimar e Ônix não receberam lances. Ainda assim, a competição foi considerada sólida pelos analistas.
Segundo consultores, a presença chinesa ganha peso, enquanto a Petrobras mantém liderança técnica.
Por que o interesse voltou
Nas últimas semanas, a BP anunciou descoberta no campo Bumerangue. Paralelamente, a Petrobras divulgou achados no bloco Aram.
Esses gatilhos reacenderam expectativas de novas campanhas sísmicas e perfurações. Além disso, a infraestrutura já instalada reduz riscos e encurta prazos de desenvolvimento.
Por outro lado, Shell, BP e TotalEnergies não ofertaram nesta rodada. Mesmo assim, o saldo foi visto como positivo.
Em síntese, o pré-sal voltou a ganhar fôlego depois de anos de menor ritmo.
O que muda para o Brasil
A ANP destacou compromissos de investimento relevantes. Tais compromissos sustentam a cadeia de serviços, logística e engenharia.
Além disso, novos contratos reforçam receitas futuras de royalties e participações governamentais. Dessa forma, o país preserva a posição de líder latino-americano em produção offshore.
No curto prazo, a agenda inclui licenciamento, sísmica adicional e poços exploratórios. Em seguida, se houver sucesso, as operadoras aceleram projetos de desenvolvimento.
Por fim, a expectativa é de efeito multiplicador em empregos e exportações.