
O preço do petróleo opera em disparada nesta quinta-feira (19), com a escalada das tensões entre Israel e Irã. Por volta das 15:20, o Brent subia 2,66% a R$ 78,74, já o WTI registrava avanço de 0,23% a R$ 73,67.
Essa reação acontece após um hospital ser atingido por um míssil iraniano no sul de Israel.
O ataque alimentou ainda mais o conflito, pois o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu retaliação.
Além disso, a possível entrada dos Estados Unidos na guerra adiciona alerta de uma crise geopolítica ainda maior.
Sobretudo, esse cenário impacta o preço do petróleo porque põe em risco os custos logísticos e de seguros para navios petroleiros, além disso, há preocupação com o Estreito de Hormuz, por onde passa cerca de 20% de todo o petróleo consumido no mundo.
Entenda os últimos acontecimentos da guerra entre Israel e Irã
O ataque ao Centro Médico Soroka, em Beersheba, danificou gravemente a estrutura da unidade, que opera agora com apenas 26% de sua capacidade e não aceitará novos pacientes, exceto casos com risco de morte, segundo informou o diretor do hospital, Shlomi Kodes.
“Várias enfermarias foram completamente destruídas, com danos severos a estruturas, janelas e tetos”, declarou Kodes. Mais da metade dos pacientes internados já receberam alta.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse: “Os ditadores terroristas do Irã dispararam mísseis contra civis e contra o Hospital Soroka. Vamos fazer com que Teerã pague um preço alto”, disse em publicação na rede X.
Ele também visitou o local e afirmou estar comprometido em “eliminar a ameaça nuclear e de mísseis balísticos do Irã”.
Segundo o governo iraniano, o ataque teria como alvo uma base militar israelense, não uma unidade de saúde. Ainda assim, a ação foi amplamente condenada. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) lembrou que, segundo o direito internacional humanitário, hospitais e profissionais de saúde devem ser respeitados e protegidos, mesmo em tempos de guerra.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, classificou os ataques a hospitais como “apavorantes” e apelou pela proteção de instalações médicas em meio à escalada.
Ainda assim, Israel acusou a OMS de manter um “silêncio seletivo” diante das agressões e cobrou publicamente um posicionamento firme da entidade — inclusive com a publicação de um vídeo do embaixador israelense Daniel Meron em frente à sede da organização, em Genebra.
Ministros israelenses prometem atacar Teerã
A retórica israelense aumentou de tom nas últimas horas. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, foi categórico ao afirmar que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, é diretamente responsável pelo ataque e “não pode continuar existindo”.
“Khamenei quer destruir Israel e dá ordens para atacar hospitais. Um homem assim não pode mais existir”, disse Katz.
O conflito, que já dura sete dias, pode estar prestes a entrar em um novo estágio, mais amplo e perigoso.
Trump cogita envolvimento dos EUA e ataque à instalação nuclear
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou que tomará uma decisão nas próximas duas semanas sobre um eventual envolvimento direto dos EUA na guerra.
Segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump ainda prefere uma saída diplomática, mas não descarta um ataque militar ao Irã, especialmente para impedir o avanço do programa nuclear iraniano.
De acordo com a emissora CBS, Trump já aprovou planos para bombardear a instalação subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordow, embora ainda não tenha decidido se irá executá-los.
O Irã, por sua vez, alertou que a entrada americana no conflito representaria “um inferno para toda a região”, segundo o vice-ministro das Relações Exteriores iraniano, Saeed Khatibzadeh.