
- PRIO emite novas notas no exterior para captar recursos e alongar dívida.
- Oferta de recompra de até US$ 600 milhões em bonds 2026 já está aberta.
- Estratégia financeira reforça expansão, com foco no campo de Peregrino e crescimento internacional.
A PRIO (PRIO3) deu início a uma movimentação que promete mexer com o mercado internacional de crédito. A petroleira anunciou nesta quarta-feira (1º) uma emissão de novas notas representativas de dívida por meio de sua subsidiária em Luxemburgo.
Ao mesmo tempo, a companhia abriu uma oferta de recompra para títulos de 2026 no valor de até US$ 600 milhões. A estratégia busca otimizar a estrutura financeira e preparar o caixa para aquisições, incluindo a do campo de Peregrino, comprado da Equinor.
Nova emissão internacional
O comunicado confirma que a emissão das notes será feita no mercado externo, com garantias das principais subsidiárias da PRIO. Os papéis terão como foco investidores institucionais e seguirão as regras globais. O objetivo é captar recursos líquidos que ajudem a financiar operações e fortalecer a posição da companhia diante de novas oportunidades.
A empresa destacou que a captação está sujeita às condições de mercado. Isso significa que o volume e as taxas finais dependerão da demanda dos investidores. Ainda assim, a PRIO demonstra confiança em alongar o perfil da dívida sem comprometer a liquidez.
Essa operação reforça a visão de crescimento da petroleira. Nos últimos anos, ela ampliou participação em campos estratégicos e consolidou sua posição como líder independente de óleo e gás no Brasil.
Oferta de recompra
Paralelamente, a PRIO anunciou uma oferta de recompra dos 6,125% Senior Secured Notes 2026. O pagamento total será de US$ 1.015,31 para cada US$ 1.000 de valor principal, condição válida até 7 de outubro.
Na prática, a companhia busca reduzir custos financeiros e reestruturar passivos em moeda estrangeira. Além disso, a medida também pode reduzir pressões de curto prazo, já que os credores acompanham de perto o endividamento do setor.
Portanto, o comunicado informou que a companhia poderá usar os recursos líquidos da nova emissão para recomprar esses bonds, além de destiná-los a fins corporativos gerais, como amortizações e expansão.
Impactos estratégicos
O movimento ocorre em um momento de maior escrutínio regulatório sobre operações offshore. A transição da PRIO para assumir integralmente o campo de Peregrino exige fôlego financeiro e reforça a importância dessa emissão.
Ademais, a decisão também alinha a PRIO a práticas globais do setor. Emissões internacionais ajudam a diversificar a base de credores e reduzem a exposição a riscos cambiais.
No entanto, especialistas lembram que o mercado de bonds ainda enfrenta forte volatilidade. Por fim, a crise recente da Braskem serve de alerta e pode influenciar o apetite dos investidores por ativos brasileiros.