
- ANP aprovou cessão de 40% de Peregrino e Pitangola para a Prio
- Petroleira deve economizar US$ 80 milhões em custos operacionais
- BTG projeta produção acima de 200 mil barris/dia até 2026
A Prio (PRIO3) conquistou mais um passo estratégico importante no setor de petróleo. A aprovação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para assumir 40% dos campos Peregrino e Pitangola, antes pertencentes à Equinor, confirma um dos principais catalisadores da tese de investimento da companhia.
O avanço reforça a capacidade da petroleira de reduzir custos operacionais e ampliar sinergias, já que terá maior controle sobre ativos relevantes. A expectativa é de que a incorporação proporcione uma economia de até US$ 80 milhões por ano, aumentando a confiança de investidores na geração futura de caixa.
Avanço regulatório
A ANP autorizou a transferência de 40% de Peregrino e Pitangola, parte dos 60% comprados em maio. Essa operação foi estruturada em duas etapas, sendo 40% agora e 20% em 2026. A própria agência considera favorável que o controle fique com a Prio, por questões de proximidade e eficiência regulatória.
O processo de integração deve ser concluído nos próximos meses. Além disso, o cronograma prevê que os 20% restantes sejam incorporados até o primeiro semestre de 2026. Contudo, o mercado avalia a possibilidade de a Prio antecipar esse movimento.
Com esse aval, a companhia ganha fôlego para acelerar seu plano de expansão, consolidando ainda mais sua presença entre as grandes petroleiras independentes do país.
Redução de custos
A incorporação dos campos deve permitir corte de US$ 80 milhões em despesas anuais, quase 4% do total. Esse ganho virá principalmente da eliminação da equipe administrativa da Noruega, da descontinuidade do flotel mantido pela Equinor e da otimização logística com campos vizinhos.
Além de reduzir custos, a integração cria espaço para mais eficiência operacional e melhora da margem de lucro. O mercado entende esse movimento como um ponto-chave para a tese de valorização da companhia.
Dessa forma, a Prio demonstra que sua estratégia está alinhada com a busca por maior geração de caixa e melhor retorno ao investidor.
Projeções do mercado
Segundo o BTG Pactual, a produção da Prio deve superar 200 mil barris/dia em 2026, puxada por Peregrino e Wahoo. A reprecificação da ação tende a ocorrer à medida que os novos ativos entrarem em operação.
Os analistas também apontam espaço para renegociação de valores de Peregrino, o que pode acelerar resultados. Além disso, fusões e aquisições (M&A) seguem no radar, trazendo possibilidade de upside adicional.
Atualmente, a ação negocia a um P/L de 5,5x para 2026, o que ainda é visto como desconto em relação ao potencial de geração de caixa. No entanto, especialistas recomendam cautela no curto prazo, já que os efeitos devem aparecer de forma mais clara nos próximos anos.