
Se há uma ação que tem despertado atenção dos grandes investidores em 2025, essa ação é a da Prio (PRIO3). O mercado parece ter encontrado na petroleira independente a mistura perfeita entre crescimento agressivo, geração de caixa robusta e uma estratégia afiada de aquisições. Itaú BBA, Bank of America (BofA) e Santander revisaram seus modelos e enxergam forte potencial de valorização, mesmo considerando um barril de petróleo a US$ 60 — cenário conservador para os padrões atuais.
Mas afinal, por que todo mundo está apostando tão alto na Prio?
Aquisição da Prio: o campo de Peregrino
Um dos motores dessa euforia é a aquisição de 100% do campo de Peregrino, que será concluída em duas etapas em 2026.
O Itaú BBA destaca o movimento como “altamente atrativo”, com uma taxa interna de retorno (IRR) estimada em 24% com o Brent a US$ 60.
“Peregrino fortalece a resiliência do portfólio e reduz riscos relacionados a licenciamento ambiental”, apontam os analistas do Itaú, que elevaram o preço-alvo da ação de R$ 56 para R$ 62, reiterando recomendação de compra (“outperform”).
Além disso, o banco vê a Prio gerando fluxo de caixa livre (FCFE) de 23% em 2026 e 29% em 2027, mesmo com os grandes desembolsos esperados na transição.
Crescimento de produção em ritmo acelerado
O campo de Peregrino, somado ao início de produção no campo de Wahoo, previsto para abril de 2026, deve elevar a produção da Prio para:
- 110 mil barris/dia em 2025
- 188 mil barris/dia em 2026
- 212 mil barris/dia em 2027
Esses números, atualizados pelo Itaú BBA, superam largamente as estimativas anteriores, e consolidam a Prio como uma das petroleiras independentes que mais crescem no mundo.
Bank of America também entra no bonde da Prio
O BofA foi ainda mais otimista: elevou o preço-alvo para R$ 67, o que representa um upside de mais de 70% frente à cotação atual.
O banco calcula uma IRR de 28% com o Brent a US$ 70 e acredita que a Prio pode melhorar o preço de realização do petróleo, misturando óleo mais leve de outros campos e aumentando seu poder de negociação.
“A empresa tem um histórico comprovado de geração de valor com fusões e aquisições. Esperamos um fluxo de caixa ao acionista acumulado de 72% entre 2026 e 2027”, afirmam os analistas Caio Ribeiro, Leonardo Marcondes e Nicolas Barros.
Santander vê valor, mas com cautela
Mesmo com aumento de preço-alvo de R$ 40 para R$ 55, o Santander manteve recomendação neutra, citando dúvidas sobre os grandes desembolsos de caixa previstos para 2026, incluindo a aquisição do restante de Peregrino, pagamento de dívidas e perfuração de poços no campo de Frade.
“A Prio terá grandes saídas de caixa em 2026 e provavelmente precisará emitir dívida para cobrir essas operações, especialmente se houver atrasos em Wahoo”, alerta o banco.
A visão é de que o mercado está precificando apenas o FCF recorrente, sem considerar o impacto do endividamento e do cronograma apertado de execução.