Batalha do petróleo

PRIO (PRIO3) não dorme no ponto e prepara ofensiva contra petroleira rival

Companhia avalia cobrar compensação da Equinor após paralisação em Peregrino, ativo que deve assumir por US$ 3,5 bilhões.

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PRIO (PRIO3) não dorme no ponto e prepara ofensiva contra petroleira rival
  • Prio avalia cobrar compensação da Equinor por paralisação em Peregrino
  • Ativo de 90 mil barris/dia é foco da compra bilionária de US$ 3,5 bi
  • ANP intensifica fiscalização, e Equinor acumula problemas em operações

A Prio (PRIO3) estuda acionar a Equinor para cobrar compensação pela perda de produção em Peregrino, campo offshore na costa do Rio de Janeiro. A produção foi suspensa pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em agosto por questões de segurança.

Segundo fontes, a companhia brasileira analisa seus direitos como sócia minoritária de 40% do campo, ao mesmo tempo em que se prepara para assumir o controle total após a compra da fatia de 60% da norueguesa por US$ 3,5 bilhões, anunciada em maio.

Produção paralisada

Peregrino, que produzia mais de 90 mil barris diários antes da paralisação, segue fora de operação desde 15 de agosto. Dados da ANP mostram que até 23 de setembro o campo ainda não havia retomado as atividades.

Grande parte das obras no FPSO responsável pela produção já foi concluída, e a expectativa é de que a ANP libere o retorno em breve. Ainda assim, a interrupção afeta diretamente os resultados da Prio, que tem no ativo sua principal fonte de produção do segundo trimestre.

Em resposta, a companhia disse que ainda não tomou decisão sobre pedir compensação. Já a Equinor afirmou que trabalha para retomar a produção com segurança, sem comentar sobre eventuais indenizações.

Negócio bilionário e fiscalização rígida

A ANP aprovou na semana passada a primeira fase da transação que tornará a Prio a operadora de Peregrino. A Equinor, por sua vez, reafirmou compromisso com o acordo, que marca sua saída do campo após mais de uma década de operação.

A suspensão ocorre em um contexto de maior rigor regulatório. Em 2024, a ANP realizou 150 fiscalizações em operações offshore, com 33 paralisações totais ou parciais. Esse cenário pressiona as petroleiras a reforçar protocolos de segurança.

Além disso, a Equinor enfrentou problemas em outros ativos. Desse modo, em fevereiro, uma falha em bomba provocou explosão em sonda da Valaris no campo de Bacalhau, também sob sua operação.

Peregrino na estratégia da Prio

Peregrino é considerado peça-chave no crescimento da Prio. Em 2023, a empresa já havia comprado os 40% que pertenciam ao grupo chinês Sinochem, consolidando presença no ativo.

Com a aquisição da participação da Equinor, a companhia brasileira se posiciona para ampliar escala e capturar sinergias, mesmo diante do desafio regulatório. Ademais, a integração deve fortalecer a geração de caixa da empresa nos próximos anos.

Já para a Equinor, Peregrino foi o maior ativo produtor fora da Noruega, mas a decisão de vender está alinhada ao movimento de simplificar operações globais e priorizar projetos de pré-sal no Brasil, como Bacalhau.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.