
O Campo Wahoo pode ser o grande responsável por destravar bilhões de reais em valor para a PRIO (PRIO3) nos próximos anos, segundo o Goldman Sachs. No entanto, para isso, a empresa ainda precisa da aprovação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Segundo o banco, o campo de Wahoo, conectado ao FPSO Frade por meio de um “tieback” (ligação submarina entre reservatórios e plataformas), tem potencial para gerar uma TIR (taxa interna de retorno) de 26% em dólar, mesmo sem alavancagem.
Isso, em bom português, significa um retorno altíssimo para um projeto já em estágio avançado de investimentos.
Boa parte do investimento já foi feito, o que torna o ativo uma máquina de caixa pronta para ser ligada. A expectativa é que, com 40 mil barris por dia de produção estabilizada, o projeto agregue 10 pontos percentuais ao fluxo de caixa livre anualizado da PRIO (FCFy).
E o número mais impressionante: o valor presente líquido (VPL) do Wahoo foi calculado em US$ 2,3 bilhões até o fim de 2025, ou cerca de R$ 16 por ação. Isso representa quase 40% do valor de mercado atual da PRIO — um número que parece escondido nas entrelinhas do balanço, esperando um estalo regulatório para ser reconhecido pelo mercado.
Mas falta o “ok” do Ibama…
O último obstáculo é a licença ambiental, que precisa ser emitida pelo Ibama para autorizar o início da produção. Segundo o Goldman, este é o último entrave relevante, e a expectativa é de que o mercado reaja imediatamente assim que o carimbo for liberado.
A questão que mais intriga os investidores, segundo o relatório, é: quanto essa licença pode fazer o papel subir? A resposta dos analistas: se apenas 10% do valor do Wahoo for incorporado, o papel da PRIO pode ganhar R$ 1,60 por ação — cerca de 3,7% de valorização instantânea.
Preço do petróleo ainda preocupa, mas PRIO segue atrativa
Mesmo com uma visão mais conservadora para o petróleo (com o Goldman prevendo o barril a US$ 65 a partir de 2026), o banco ainda vê a PRIO como atrativa, negociando a um múltiplo EV/EBITDA de 2,7x para 2026, com FCFy de 27% — e isso sem contar a segunda parte da aquisição do campo de Peregrino.
Por isso, o banco manteve a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 53,20. O grande gatilho está na liberação do Ibama — e quando (ou se) isso acontecer, o mercado pode, enfim, precificar o que já está debaixo do nariz dos investidores.