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PRIO3 pode surpreender: Peregrino garantido e Wahoo no horizonte animam investidores

Com Peregrino 100% no portfólio e Wahoo prestes a destravar produção, PRIO3 divide analistas entre risco pelo endividamento e chance de valorização bilionária.

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PRIO3 pode surpreender: Peregrino garantido e Wahoo no horizonte animam investidores
  • Lucro caiu 54% e dívida subiu para 1,8 vez Ebitda
  • Peregrino e Wahoo são trunfos estratégicos para crescimento
  • Analistas divergem, com preços-alvo entre R$ 48 e R$ 69

A PRIO (PRIO3) entrou no radar de analistas e investidores após divulgar queda expressiva em seus resultados do segundo trimestre de 2025. O lucro líquido caiu 54%, para US$ 122,5 milhões, enquanto o Ebitda despencou 57%, refletindo custos maiores e produção menor.

Ao mesmo tempo, a companhia avança em grandes projetos de expansão. A compra da fatia restante de 60% no campo Peregrino e o desenvolvimento do tieback em Wahoo reforçam o potencial de longo prazo, mas também aumentam a alavancagem financeira e exigem disciplina.

Peregrino fortalece a produção

A aquisição integral do campo de Peregrino, concluída com a compra da participação da Equinor por mais de US$ 3 bilhões, é estratégica. O ativo adiciona produção significativa e garante mais previsibilidade ao fluxo de caixa da companhia. Essa expansão coloca a PRIO em posição de liderança em águas profundas no Brasil.

No entanto, a operação também trouxe maior pressão sobre o balanço. A relação dívida líquida/Ebitda subiu para 1,8 vez no segundo trimestre, contra apenas 0,4 vez no mesmo período de 2024. Esse aumento mostra que a empresa terá de administrar com cuidado seus compromissos financeiros.

Ainda assim, especialistas veem o campo como peça central para destravar valor. O potencial de geração de caixa é relevante e pode sustentar tanto investimentos futuros quanto distribuição de dividendos em um cenário favorável de preços do petróleo.

Wahoo é a próxima aposta

Além de Peregrino, o grande trunfo para os próximos anos é Wahoo. O Ibama já aprovou a licença de instalação do projeto, e o primeiro óleo está previsto para março ou abril de 2026. O ativo pode adicionar até 40 mil barris de produção por dia, reforçando a capacidade de crescimento da PRIO.

Bancos e corretoras acompanham de perto o cronograma. O Goldman Sachs mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 48,10, mas reconhece a importância de Wahoo para a empresa. Já JPMorgan, XP e Genial reforçam tese de compra, com preços-alvo que chegam a R$ 69.

Para investidores, o início da produção em Wahoo é visto como divisor de águas. Se os prazos forem cumpridos e os custos controlados, o projeto pode garantir ganhos expressivos de fluxo de caixa e valorização para as ações.

O risco da execução

Apesar do potencial, o cenário para a PRIO também tem riscos. O endividamento mais alto limita a flexibilidade para novos projetos e pressiona a estrutura financeira. Além disso, a queda da margem Ebitda para 55% evidencia desafios de eficiência operacional.

Outro ponto que pesa é a dependência do preço do petróleo. Projeções globais variam de US$ 56 a US$ 70 por barril até 2026. Em caso de preços mais baixos, a atratividade de Peregrino e Wahoo pode ser reduzida, afetando diretamente o retorno esperado pelos acionistas.

Ainda assim, analistas lembram que a PRIO negocia a múltiplos atrativos em relação ao fluxo de caixa projetado para 2026. Caso entregue os projetos dentro do planejado, a empresa pode consolidar-se como uma das favoritas do setor de óleo e gás.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.