
- Empresa enfrenta queda forte nas vendas e ações acumulam perdas acima de 50% no ano.
- Ações da Puma saltam 16% após rumores de compra por grupos asiáticos.
- Anta Sports surge como principal interessada, com Li Ning e Asics no radar.
As ações da Puma registraram um rali de até 16% nesta quinta-feira (27) na bolsa alemã, impulsionadas por informações de que grandes companhias asiáticas estariam avaliando uma oferta pela marca esportiva. O sinal de interesse reacendeu expectativas sobre o futuro da empresa.
A notícia surge em meio a um período delicado para a Puma, que enfrenta queda acentuada nas vendas, excesso de estoques e perda de engajamento após o fim do boom de consumo da pandemia.
Interessa a quem?
Segundo reportagem citada pela Bloomberg, a chinesa Anta Sports aparece entre as possíveis interessadas em adquirir a Puma. A empresa, listada em Hong Kong, avalia uma potencial proposta, de acordo com fontes ouvidas pela agência. O movimento é estratégico: uma compra abriria caminho para maior presença no mercado ocidental.
A Puma, entretanto, evitou comentar o assunto, enquanto a Anta não respondeu aos pedidos da imprensa. Ainda assim, analistas enxergam lógica no cenário, porque a Anta tem histórico de recuperar marcas com desempenho fraco. Mesmo assim, há dúvidas sobre quanto valor adicional a operação agregaria ao portfólio.
Além da Anta, outros grupos aparecem no radar. Entre eles, Li Ning, também chinesa, e a japonesa Asics Corp., ampliando o leque de possíveis interessados.
Por que agora?
O interesse surge em um momento em que a Puma atravessa um ciclo difícil. O crescimento que explodiu na pandemia perdeu força rapidamente, deixando a empresa com estoques elevados e consumidores menos engajados. Como reflexo, as ações atingiram, no início do mês, o menor nível em mais de uma década.
O cenário competitivo no setor de artigos esportivos também pesa. Marcas globais ampliaram pressão, enquanto tarifas e incertezas econômicas afetam o apetite do consumidor. A queda acumulada de mais de 50% no ano ajudou a tornar a Puma um alvo potencialmente barato para compradores estratégicos.
No campo acionário, a francesa Artemis, que detém 29% da companhia, afirmou que avalia todas as alternativas para sua participação, embora fontes tenham indicado que não venderia ao preço atual.
O que está em jogo
A operação, se avançar, redefiniria o mapa de presença global das marcas esportivas, fortalecendo a entrada asiática nos mercados ocidentais.
A chegada de um novo controlador poderia acelerar a reestruturação da Puma, hoje comandada pelo CEO Arthur Hoeld, que tenta reconduzir a empresa ao crescimento.
Mesmo sem negociações formais confirmadas, o mercado reagiu rapidamente à possibilidade, impulsionando o papel e sinalizando que investidores enxergam uma chance real de reposicionamento.
Em suma, a dúvida agora é saber se o interesse vira proposta e se a Puma está disposta a mudar de mãos antes de concluir sua reestruturação interna.