
- Stone e Lojas Renner entram na carteira com foco em retomada do consumo e tecnologia
- Gerdau e Natura saem, refletindo temores externos e fraco desempenho local
- XP ajusta Petrobras, Cyrela e BRF mirando proteção e lucros táticos no curto prazo
A XP Investimentos surpreendeu o mercado ao anunciar, nesta quinta-feira (8), mudanças agressivas em sua carteira recomendada de ações para maio. A corretora, portanto, retirou duas veteranas da bolsa: Natura (NTCO3) e Gerdau (GGBR4). E, no entanto, incluiu novos nomes em sua seleção mensal: Stone (STOC34) e Lojas Renner (LREN3).
Além disso, a XP realizou ajustes estratégicos na exposição de peso pesado como Petrobras (PETR4) e Cyrela (CYRE3), abrindo espaço para reforçar a posição em BRF (BRFS3).
A reestruturação, portanto, acontece em meio a um cenário de incertezas geopolíticas, oscilação nos preços de commodities e sinais de moderação na política monetária. A corretora explicou que as mudanças visam capturar oportunidades táticas no curto prazo. Ao mesmo tempo em que busca proteger o portfólio de riscos externos e domésticos.
No mês de abril, a carteira da XP teve retorno positivo de 3,5%, ligeiramente abaixo do Ibovespa, que avançou 3,7%. Mesmo assim, o desempenho foi considerado sólido pelos analistas, especialmente diante do aumento da volatilidade no exterior e do ambiente fiscal doméstico ainda indefinido.
Stone e Lojas Renner entram com força
Segundo a XP, a entrada da Stone (STOC34), que atua no setor de tecnologia e pagamentos, reflete a expectativa de retomada do crescimento do setor digital e o posicionamento competitivo da empresa. Contudo, que tem mostrado evolução operacional constante.
A Stone, listada nos Estados Unidos, negocia seus BDRs na B3 e apresenta potencial de valorização com a esperada queda dos juros no Brasil e possível corte de juros nos EUA ainda este ano.
Já Lojas Renner (LREN3), que vinha sendo analisada com cautela, passou recentemente a ser recomendada como compra. A XP elevou a varejista após observar uma estratégia de precificação mais eficiente, melhoria de margens e ambiente macroeconômico mais favorável ao consumo.
O setor de vestuário, duramente afetado nos últimos anos, mostra, no entanto, sinais de recuperação com a retomada do crédito e a desaceleração da inflação.
Saídas refletem cautela com cenário externo
A decisão de retirar Gerdau (GGBR4) da carteira se baseou no aumento da incerteza em torno da indústria do aço. A XP destacou, portanto, os riscos envolvendo novas tarifas dos Estados Unidos. Além da expectativa de desempenho mais fraco das operações no Brasil como fatores decisivos.
No caso da Petrobras, a corretora decidiu reduzir a exposição mesmo mantendo recomendação de compra. O corte está associado ao receio sobre os impactos do aumento da produção da OPEP+. Além dos possíveis efeitos adversos da política de preços da estatal, cada vez mais pressionada por interferências políticas.
A redução na participação da Cyrela (CYRE3) visa, segundo a XP, à realização parcial de lucros. As ações da incorporadora acumularam forte valorização nos últimos meses. E, para os analistas, era o momento de rebalancear a carteira com ativos que tenham maior potencial de alta no curto prazo.
Apostas firmes para maio
A XP manteve em sua carteira de maio nomes consolidados como Suzano (SUZB3), Banco do Brasil (BBAS3), Iguatemi (IGTI11) e a própria Petrobras, ainda que com menor peso. O destaque vai para Suzano, que tem o maior upside projetado, com potencial de valorização de 84% e preço-alvo em R$ 92,00.
As recomendações atualizadas refletem, no entanto, uma estratégia de diversificação com foco em empresas resilientes e bem posicionadas para aproveitar um eventual ciclo de corte de juros e recuperação do consumo interno.
Ranking das ações com maior potencial de alta:
- Suzano (SUZB3)
– Potencial de valorização: 84%- Beneficiada por perspectivas de alta nos preços da celulose e demanda global aquecida.
- Forte geração de caixa e eficiência operacional.
- Iguatemi (IGTI11)
– Potencial de valorização: 58%- Destaque no setor de shoppings, com recuperação sólida do varejo físico.
- Boa gestão e exposição a ativos premium.
- Petrobras (PETR4)
– Potencial de valorização: 53%- Apesar da redução de peso na carteira, segue atrativa com petróleo em alta.
- Forte geração de dividendos e posição estratégica no setor energético.
- Banco do Brasil (BBAS3)
– Potencial de valorização: 42%- Fundamentos sólidos, baixo valuation e rentabilidade atrativa.
- Beneficiado por juros elevados e carteira de crédito robusta
