
- Produção da PRIO caiu 22,4% em setembro, pior nível em 14 meses.
- XP estima perdas de US$ 300 milhões por semana de paralisação em Peregrino.
- XP e Benndorf mantêm recomendação positiva, projetando forte expansão até 2026.
A produção da PRIO (PRIO3) caiu 22,4% em setembro, para 71.269 barris de óleo equivalente por dia (boepd), marcando o pior nível em 14 meses. O recuo ocorreu após a paralisação do FPSO Peregrino e uma falha em Albacora Leste, reforçando o cenário desafiador no curto prazo.
Mesmo diante da queda expressiva, grandes casas de análise como XP Investimentos e Benndorf Research mantêm visão otimista sobre a petroleira. Para os analistas, o choque momentâneo já estava precificado e a companhia segue bem posicionada para expandir produção nos próximos anos.
Impacto imediato no valor de mercado
A XP considera que a interrupção em Peregrino trouxe perdas relevantes, estimando que cada semana de paralisação gera impacto de cerca de US$ 300 milhões, o equivalente a 0,5% do valor de mercado da PRIO. O atraso, portanto, deve pressionar os resultados do quarto trimestre, além de ter contribuído para a queda das ações após a divulgação dos números.
Apesar disso, a corretora manteve recomendação de compra para PRIO3, com preço-alvo de R$ 66 por ação, indicando potencial de valorização superior a 70% em relação ao fechamento atual.
Os analistas reforçam que a volatilidade no curto prazo não altera a tese de investimento, já que a petroleira tem ativos de alta produtividade e um histórico consistente de eficiência operacional.
Benndorf vê espaço para virada
A Benndorf Research também classificou o desempenho de setembro como negativo, mas alinhado às expectativas. A casa ressaltou que o atraso em Peregrino tende a pesar sobre o quarto trimestre, mas reforçou que a visão de longo prazo permanece atrativa.
Segundo a análise, a produção da companhia pode superar 200 mil boepd já em 2026, com a entrada em operação de Wahoo e a conclusão da aquisição dos 60% restantes de Peregrino.
Dessa forma, mesmo em um cenário de curto prazo mais pressionado, a Benndorf mantém PRIO como sua top pick entre as junior oils, destacando o potencial de valorização robusto da companhia no setor de petróleo.
Olhando adiante
Embora a queda de produção de setembro tenha sido a mais forte em mais de um ano, analistas reforçam que o impacto é temporário. O mercado já precificava a interdição em Peregrino, e os próximos trimestres devem mostrar uma recuperação gradual com a retomada das operações.
Além disso, a entrada de novos projetos amplia a visibilidade de crescimento. Com o mix de ativos diversificado, a PRIO tem condições de sustentar expansão de produção e rentabilidade nos próximos anos.
O consenso entre os estrategistas é que, apesar do susto momentâneo, PRIO continua sendo um dos papéis mais promissores da bolsa brasileira no setor de óleo e gás.