Mercados globais

Queda do dólar engana: semana promete ser bomba para o mercado

Moeda americana cai a R$ 5,63 em meio à semana decisiva para juros globais e sinais de impasse entre Estados Unidos e China.

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  • Dólar recua a R$ 5,63 em meio a expectativa por decisões do Fed, Banco da Inglaterra e BC brasileiro
  • Guerra comercial entre EUA e China retorna ao centro das atenções, sem sinais concretos de acordo
  • Trump pressiona o Fed por juros mais baixos, enquanto mercado reduz apostas em corte em junho

O dólar à vista abriu a semana em queda frente ao real, em uma manhã marcada por nervosismo nos mercados globais e expectativa intensa em torno das decisões de política monetária de três dos principais bancos centrais do mundo: o Federal Reserve (Fed), o Banco da Inglaterra e o Banco Central do Brasil.

Ao mesmo tempo, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltaram ao radar, contribuindo para a cautela dos investidores e para a volatilidade no câmbio.

Às 9h38 desta segunda-feira (5), o dólar à vista recuava 0,33%, negociado a R$ 5,634 na compra e R$ 5,636 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro para junho, o mais negociado no momento, caía 0,43%, aos 5.670 pontos.

A moeda já havia encerrado a sexta-feira anterior em baixa de 0,36%, cotada a R$ 5,6561, refletindo uma semana de acomodação após picos recentes.

Expectativa do mercado

No entanto, o alívio no câmbio ainda é visto como temporário. A semana promete fortes emoções, principalmente na quarta-feira, quando o Fed anuncia sua decisão de juros. A expectativa do mercado é de manutenção das taxas atuais, após a divulgação de um robusto relatório de empregos dos EUA em março.

Essa leitura mais forte do mercado de trabalho reduziu drasticamente a probabilidade de cortes de juros no curto prazo. Um mês atrás, as apostas de redução em junho estavam em 64%. Hoje, caíram para 37%.

Enquanto isso, o presidente Donald Trump voltou a pressionar o banco central americano. Em entrevista exibida no domingo, ele criticou a postura de Jerome Powell, presidente do Fed, a quem chamou novamente de “rígido”, e defendeu juros mais baixos para impulsionar a economia.

Trump disse ainda que não pretende destituir Powell, mas suas declarações aumentaram a percepção de risco político no mercado financeiro global.

No plano externo, outro fator que movimenta os mercados é a guerra comercial entre EUA e China, que voltou a ganhar destaque. O Ministério do Comércio chinês confirmou que está avaliando uma nova proposta dos Estados Unidos para renegociar tarifas de até 145% impostas por Trump durante sua gestão anterior.

Ainda assim, ambos os lados parecem distantes de um consenso efetivo. Trump afirmou crer que Pequim deseja fechar um acordo, mas não apresentou prazos ou detalhes concretos.

Mercados emergentes

Internamente, o Banco Central do Brasil também entra em cena nesta segunda-feira com um leilão de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional, com o objetivo de rolar o vencimento de operações previstas para 2 de junho de 2025. O movimento visa equilibrar o fluxo de dólares no mercado e tentar reduzir a pressão cambial no curto prazo.

Para o investidor e o importador brasileiro, o dia começou com o dólar comercial cotado a R$ 5,642 para compra e R$ 5,643 para venda. Já o dólar turismo, negociado para transações pessoais como viagens e pagamentos internacionais, registrava valores de R$ 5,695 na compra e R$ 5,875 na venda.

A combinação de fatores externos e internos torna esta semana crucial para os mercados emergentes. O real deve continuar sensível a qualquer sinal de mudança na política monetária global e a qualquer avanço (ou recuo) na relação entre Washington e Pequim.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.

Estudante de Jornalismo, movida pelo interesse em produzir conteúdos relevantes e dar voz a diferentes perspectivas. Possuo experiência nas áreas educacional e administrativa, o que contribuiu para desenvolver uma comunicação clara, empática e eficiente.