
- A Raízen vendeu duas usinas em Rio Brilhante (MS) para a Cocal por R$ 1,543 bilhão
- Ações da companhia dispararam mais de 7% e acumulam alta de 13,4% na semana
- A operação reforça a estratégia de simplificação e busca por maior rentabilidade
As ações da Raízen (RAIZ4) saltavam 7,61% nesta sexta-feira (29), cotadas a R$ 1,18, após a companhia anunciar a venda de duas usinas localizadas em Rio Brilhante (MS) para a Cocal Agroindústria. O contrato inclui também a cessão da cana própria e dos fornecedores vinculados às unidades.
O valor total da operação é estimado em R$ 1,543 bilhão. A notícia foi recebida com forte otimismo pelo mercado, que já vinha acompanhando a valorização da empresa ao longo da semana.
Detalhes da transação
As usinas vendidas, Rio Brilhante e Passa Tempo, têm capacidade instalada de aproximadamente 6 milhões de toneladas por safra. Com a conclusão da operação, a Raízen reforça sua estratégia de simplificação das operações e melhoria da rentabilidade no portfólio agroindustrial.
Em comunicado oficial, a companhia destacou que a alienação está alinhada ao plano de otimização de ativos e captura de eficiências. Assim, a avaliação é de que o movimento permitirá maior foco em unidades mais estratégicas e rentáveis.
Desse modo, após a operação, a Raízen passará a operar um total de 25 usinas, com capacidade de moagem de cerca de 75 milhões de toneladas por safra.
Repercussão no mercado
Analistas enxergam a venda como positiva, já que fortalece a estrutura financeira da companhia e aumenta a flexibilidade operacional. A percepção de que a Raízen busca maior eficiência explica a reação imediata dos papéis.
Além disso, na véspera as ações já haviam subido 2,8% em meio à leitura de que a Operação Carbono Oculto beneficia as distribuidoras de combustíveis, reduzindo a concorrência desleal gerada pela informalidade no setor.
Portanto, com a alta desta sexta, os papéis acumulam valorização de 13,4% na semana, reforçando a confiança do mercado na estratégia da companhia.
O que vem pela frente
Especialistas acreditam que a Raízen deve continuar adotando medidas de simplificação operacional e desinvestimento em ativos não estratégicos.
Ademais, a expectativa é de que a empresa ganhe margem para investir em projetos mais rentáveis e sustentáveis, especialmente em bioenergia.
Sendo assim, o movimento também reforça a tendência de consolidação no setor sucroenergético, com grandes players concentrando operações em unidades de maior escala.
Por fim, a venda à Cocal, portanto, pode marcar apenas o início de uma nova fase de ajustes no portfólio da companhia.