
- SSS da Renner atinge 17,3%, acima do consenso, com alta de 18,6% no vestuário.
- Margem bruta cresce para 57,1% e EBITDA ajustado sobe 33%, com melhora logística e digital.
- Companhia planeja abrir até 37 lojas em 2024 e mantém forte geração de caixa.
Com a chegada de um outono mais frio e uma gestão assertiva de coleções, a Renner (LREN3) encerrou o segundo trimestre com números que confirmam sua força no varejo de moda. A companhia apresentou crescimento sólido nas vendas, melhora nas margens e avanço na rentabilidade, superando parte das expectativas do mercado.
O desempenho foi impulsionado pela combinação de produtos mais rentáveis, gestão de estoques mais eficiente e forte presença no digital. Além disso, a estratégia de expansão física e investimentos em tecnologia se mantém no centro do plano de crescimento.
Crescimento consistente nas vendas
A varejista registrou um ‘same-store sales’ de 17,3%, 130 pontos-base acima da mediana das projeções. Apenas no segmento de vestuário, a alta foi ainda mais expressiva, alcançando 18,6%. A receita líquida somou R$ 3,6 bilhões, aumento de 18,5% em relação ao mesmo período de 2024.
Ademais, o lucro bruto cresceu 20,4%, superando R$ 2 bilhões e elevando a margem bruta para 57,1%, um dos maiores patamares já registrados pela empresa em um segundo trimestre. O CEO Fábio Faccio destacou que temperaturas mais frias e menor necessidade de remarcações foram fatores determinantes para o desempenho.
Desse modo, o lucro líquido ajustado foi de R$ 404,5 milhões, avanço de 28,4% na base anual, em linha com as estimativas. Sem itens não recorrentes relacionados à Realize, o lucro teria sido de R$ 361,9 milhões.
Eficiência operacional e avanço digital
O EBITDA ajustado subiu 33% e atingiu R$ 891 milhões, com margem 2,6 pontos maior, marcando o melhor resultado em 11 trimestres. O CFO Daniel Martins informou que o ciclo financeiro caiu de 147 para 135 dias, o menor desde 2022, graças à logística mais eficiente e à operação otimizada do centro de distribuição de Cabreúva.
Além disso, o e-commerce também contribuiu: as vendas digitais cresceram 20,7%, somando R$ 734,3 milhões, e passaram a representar 15,1% da receita total. Esse desempenho reflete tanto o fortalecimento do modelo omnichannel quanto a integração das operações físicas e digitais.
Na Realize, braço financeiro da Renner, a inadimplência acima de 90 dias recuou 4,9 pontos em um ano, para 13,5%. Portanto, o CFO destacou que houve maior controle de custos e melhora na qualidade da carteira.
Caixa forte e estratégia de expansão
Com R$ 1,8 bilhão de caixa líquido, a Renner planeja investir em crescimento orgânico e novas oportunidades. A empresa projeta abrir de 30 a 37 lojas neste ano, abrangendo todas as suas marcas, incluindo Youcom e Camicado.
Além disso, segundo Faccio, a posição de caixa permite ampliar investimentos em tecnologia, abertura de unidades e fortalecimento do omnichannel, sem abrir mão da remuneração ao acionista por meio de JCP e recompras. A companhia busca equilibrar retorno ao investidor e expansão operacional.
Desse modo, o CEO afirmou que não percebe sinais de desaceleração no consumo, mas alertou para possíveis efeitos de comparação no terceiro trimestre devido ao clima mais frio ter chegado mais tarde em 2024.
Perspectivas e desempenho na Bolsa
A ação da Renner acumula valorização de 36% nos últimos 12 meses e é negociada a 9 vezes o lucro estimado para 2026. Com valor de mercado de R$ 19 bilhões, a varejista mantém atratividade no setor, sustentada por margens elevadas e crescimento consistente.
Ademais, para o segundo semestre, a empresa aposta na manutenção do ritmo de vendas, aproveitando o bom giro de estoques e a assertividade das coleções. O foco continua em unir eficiência operacional e expansão estratégica para sustentar resultados positivos.
Por fim, com base nos números apresentados, a Renner reforça sua posição de liderança no varejo de moda, combinando resiliência financeira, capacidade de adaptação e potencial de crescimento.