
- Santander Brasil (SANB11) registra lucro líquido de R$ 4,0 bilhões, 6,9% acima do consenso, com ROE de 17,5%.
- Resultados foram impulsionados por despesas controladas e impostos baixos, mas perdas em tesouraria e aumento da inadimplência preocupam.
- Analistas mantêm recomendações positivas (overweight) devido a valuation atrativo e resiliência operacional, apesar de sinais de qualidade de lucro moderada.
O Santander Brasil (SANB11) abriu a temporada de balanços do 3T25 com lucro líquido recorrente de R$ 4,0 bilhões, 6,9% acima do consenso Bloomberg, refletindo estabilidade operacional e otimização de custos. O retorno sobre o patrimônio (ROE) atingiu 17,5%, superando expectativas de 15,8% do Bradesco BBI.
Apesar do desempenho positivo, analistas demonstram cautela com a qualidade do lucro. O aumento da inadimplência acima de 90 dias preocupa o mercado. As perdas expressivas em tesouraria também pesaram no lucro antes dos impostos.
Resultados financeiros e eficiência operacional
O resultado superou as expectativas devido à redução das despesas operacionais. A queda nas provisões também contribuiu para o avanço. Além disso, a alíquota efetiva de 4,4% ficou bem abaixo da estimativa de 9,5%. O lucro antes dos impostos somou R$ 4,3 bilhões, 1,9% acima das projeções, com destaque para receitas de tarifas e controle de inadimplência.
Os analistas do BBI ressaltam que a contração das despesas pessoais (-0,9% trimestre a trimestre) e a otimização da força de trabalho contribuíram para a eficiência operacional, enquanto a formação de NPLs permaneceu estável em 1,2%.
Por outro lado, a inadimplência acima de 90 dias subiu de 3,1% para 3,4%, refletindo ajustes contábeis e não deterioração da carteira.
Mesmo com perdas maiores em tesouraria, que chegaram a -R$ 1,3 bilhão, o banco conseguiu expandir o lucro líquido e antes dos impostos, mostrando resiliência operacional frente a desafios de mercado.
Avaliação de analistas e qualidade do lucro
O JPMorgan aponta que, apesar do lucro superar expectativas em 5%, o resultado apresenta qualidade fraca, com crescimento modesto no lucro antes dos impostos e receita líquida de juros (NII) estável ou ligeiramente em queda.
Assim, o Morgan Stanley reforça que o lucro superou suas estimativas em 19%, mas exclusivamente devido a impostos menores, enquanto o crescimento operacional real se manteve alinhado com as projeções.
O JPMorgan destaca pontos positivos, como aceleração na carteira de empréstimos, otimização de custos, aumento das receitas de tarifas e qualidade de ativos controlada.
Portanto, mantém recomendação overweight para SANB11, com valuation atrativo de P/L 6,3x e P/VPA 1,05x para 2026.
Perspectivas e mercado
O Bradesco BBI adota recomendação neutra, considerando o valuation atual e crescimento moderado, mas reconhece a resiliência operacional do Santander.
Ademais, o banco projeta que o ROE deve convergir entre 17% e 18%, próximo à meta de 20% da gestão no médio prazo.
Por fim, investidores avaliam que o balanço confirma a capacidade do Santander em gerar resultados sólidos mesmo em cenário desafiador, embora a qualidade do lucro e riscos em tesouraria continuem sendo pontos de atenção.