
- Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) abrem a temporada de balanços nesta quarta-feira (29).
- Banco do Brasil (BBAS3) deve ter lucros pressionados pela inadimplência no agro.
- Itaú (ITUB4) mantém liderança e eficiência como pilares da rentabilidade.
A temporada de balanços do 3T25 promete movimentar o mercado financeiro nesta semana, com destaque para Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4), que divulgam seus números na quarta-feira (29). Os investidores também aguardam os resultados de Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), que serão divulgados nos dias 4 e 12 de novembro, respectivamente.
Analistas apontam que os bancos devem apresentar lucros consistentes, mas sob influência de fatores como inadimplência, margem financeira e impacto cambial. A expectativa é que o setor continue resiliente, embora o ritmo de crescimento possa variar entre as instituições.
Santander (SANB11): rentabilidade em risco
O Santander Brasil deve registrar resultado estável no trimestre, com desempenho moderado em crédito e receitas. A XP Investimentos projeta lucro gerencial de R$ 3,8 bilhões, alta de 4% ante o trimestre anterior, o que implicaria ROE de 16,6%. O avanço, porém, ainda reflete crescimento contido nas linhas de empréstimo.
Segundo o Goldman Sachs, o banco enfrenta desafios ligados ao aumento do custo de risco e à pressão sobre a receita líquida de juros (NII). Já o JPMorgan mantém recomendação positiva, destacando a solidez nas receitas de tarifas e o controle de despesas operacionais.
Com cerca de 30% da carteira de crédito atrelada ao dólar, a instituição pode sentir os efeitos da variação cambial. Pequenas e médias empresas seguem como destaque, enquanto o segmento corporativo deve continuar estável.
Bradesco (BBDC4): virada de chave confirmada
O Bradesco deve consolidar sua recuperação no 3T25. A Genial Investimentos projeta lucro recorrente de R$ 6,3 bilhões, alta de 4,3% sobre o trimestre anterior e de 21% em relação a 2024, com ROE de 14,6%. O banco vem se beneficiando de seu plano de reestruturação, que inclui redução de custos, fechamento de agências e digitalização.
A XP também espera um trimestre positivo, ainda que com desaceleração na carteira de crédito. PMEs e o segmento de consignados privados devem sustentar o avanço, enquanto a inadimplência tende a subir levemente.
De acordo com o Goldman Sachs, o Bradesco deve apresentar a maior expansão de lucros entre os pares, estimada em 4%. O banco americano elevou sua recomendação de venda para neutro, com preço-alvo em R$ 17, sinalizando confiança na melhora gradual das margens.
Banco do Brasil (BBAS3): inadimplência preocupa
Para o Banco do Brasil, analistas preveem um trimestre mais desafiador. A Genial estima lucro líquido de R$ 3,4 bilhões, queda de 9,4% frente ao trimestre anterior e de 64% ante 2024. O ROE deve cair para 7,4%, pressionado pelo aumento da inadimplência no segmento agro.
A XP reforça que, embora o crédito total ainda cresça 9% em base anual, há sinais de desaceleração. O suporte regulatório vindo de linhas emergenciais para o agronegócio pode amenizar parte dos riscos, mas a inadimplência no campo segue como ponto de atenção.
O Goldman Sachs alerta que a concentração de vencimentos da safra no terceiro trimestre pode impactar diretamente os lucros, mantendo o banco sob vigilância.
Itaú (ITUB4): eficiência e liderança mantidas
O Itaú Unibanco segue como o banco mais sólido entre os pares. A Genial projeta novo avanço de lucros em dois dígitos para 2025, com foco em eficiência operacional e digitalização. O Goldman Sachs prevê ROE de 22,4% e índice de capital em 13,1%, reforçando a percepção de “avaliação premium”.
Entre os destaques, o One Itaú, super app do banco, tem ganhado tração e pode representar nova frente de monetização. A XP, por sua vez, considera o Itaú como o melhor player do setor bancário, mesmo com crescimento mais moderado da carteira imobiliária.
Analistas esperam que o banco mantenha a liderança em PMEs e crédito corporativo, enquanto a expansão digital segue fortalecendo a base de clientes.