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Selic em 15% não trava tudo: SBSP3, ITUB4 e ELET6 podem surpreender na Bolsa

Mesmo com a Selic em 15% e renda fixa atrativa, analistas apontam ações defensivas e setores perenes que podem entregar valorização e dividendos acima da média.

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  • Selic em 15% aumenta atratividade da renda fixa, mas a Bolsa ainda oferece espaço para ganhos seletivos.
  • Estratégia clássica segue válida, com foco em setores perenes e empresas pagadoras de dividendos.
  • Seletividade é essencial: especialistas recomendam companhias defensivas, mas apontam espaço em setores cíclicos para quem aceita mais risco.

A decisão do Copom de manter a Selic em 15% ao ano, mesmo após sinais de melhora da inflação, reforça o dilema entre renda fixa e renda variável. Apesar da atratividade dos títulos públicos e do crédito privado, analistas veem espaço para ganhos seletivos na Bolsa.

Segundo especialistas, a chave está em combinar cautela com estratégias de longo prazo, aproveitando setores resilientes e empresas sólidas, enquanto o mercado aguarda o início do ciclo de cortes.

Por que a Selic alta pressiona a Bolsa

De acordo com Régis Chinchila, da Terra Investimentos, a Selic elevada torna a renda fixa “muito competitiva em retorno e com baixo risco percebido”. Isso faz com que os investidores exijam maior valorização das ações para compensar o risco.

Thiago Calestine, da Dom Investimentos, calcula que papéis precisam subir pelo menos 15% ao ano para serem competitivos frente à renda fixa. Por outro lado, Raphael Figueredo (XP) lembra que, em dólares, a Bolsa brasileira é uma das que mais se valorizou no mundo em 2025, sustentada por câmbio favorável.

Esse contraste explica o tom de otimismo cauteloso entre os analistas, que enxergam potencial, mas com movimentos limitados até o início da queda dos juros.

Estratégias clássicas ainda funcionam

A recomendação mais citada continua sendo apostar em empresas perenes e boas pagadoras de dividendos. Segundo Chinchila, setores como saneamento, energia elétrica e grandes bancos oferecem fluxo de caixa resiliente e previsibilidade.

Leonardo Santana (Top Gain) reforça que esse caminho é especialmente válido para quem está entrando na renda variável. Ele recomenda montar posições “devagarzinho”, com foco em companhias sólidas e pouco alavancadas, menos expostas ao peso dos juros altos.

Calestine destaca que empresas maduras tendem a sofrer menos com dívidas caras, o que preserva margens e permite retorno consistente em dividendos.

Seletividade e setores para buscar oportunidades

Para Figueredo, da XP, “a seletividade é o que vai ganhar o jogo”. Ele recomenda evitar empresas endividadas e com baixa confiabilidade em resultados, priorizando companhias com perfil defensivo e distribuição de caixa.

Entre as favoritas, Sabesp (SBSP3), Eletrobras (ELET6), Vivo (VIVT3) e Itaú (ITUB3) aparecem como opções sólidas. Já Santana recomenda cautela com bancos, por causa do risco de tarifas vindas do governo Trump, que podem impactar o setor.

Setores mais arriscados, como varejo, construção civil, turismo e aviação, ainda podem render. Porém, os analistas alertam que são apostas cíclicas, mais adequadas para investidores tolerantes a volatilidade, de olho no futuro ciclo de cortes da Selic.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.