Procurando solução

Sem tempo, Banco Master tem última cartada para garantir sobrevivência

Após veto do BC à venda para o BRB, instituição contrata assessoria para negociar ativos e evitar intervenção.

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Foto: Divulgação
  • Banco Master busca vender ativos com apoio da Laplace para levantar caixa rapidamente.
  • Will Bank aparece como principal ativo atrativo, com 6 milhões de clientes digitais.
  • Banco Central avalia intervenção se o plano não gerar liquidez suficiente.

O Banco Master vive dias decisivos para escapar de uma possível intervenção do Banco Central. Depois que o BC vetou a venda para o Banco de Brasília (BRB), a instituição contratou o escritório Laplace para conduzir, em ritmo acelerado, a venda de ativos.

Entre eles, o Will Bank aparece como o ativo mais atrativo do portfólio e centro da estratégia. A operação ganhou urgência porque a solução encontrada pelo Master pode definir o destino da instituição já nos próximos meses.

Venda acelerada dos ativos

A Laplace começou a trabalhar no caso há apenas 15 dias. Mesmo sob forte pressão, o escritório já busca compradores em potencial para dar fôlego ao banco. O plano surge após o fracasso da negociação com o BRB, que funcionaria como um socorro financeiro imediato.

O Master sustentou sua expansão captando recursos via CDBs e direcionando o dinheiro para aplicações de risco, como precatórios. Agora, precisa enfrentar um passivo de R$ 58 bilhões. Para evitar colapso, a instituição precisa levantar liquidez rapidamente.

Sem essa solução, o mercado acredita que o banco pode enfrentar liquidação forçada ou intervenção direta do BC, cenários considerados cada vez mais prováveis.

O papel do Will Bank

O Will Bank, fundado em 2017, ganhou força no Nordeste ao oferecer serviços para a população desbancarizada. Quando o Master comprou o banco em 2024, encontrou uma instituição com passivo de R$ 70,9 milhões e dificuldades regulatórias.

Na época, a aquisição trouxe otimismo. O acordo prometia sinergia e crescimento acelerado no setor digital. O Master assumiu 75% de participação no negócio, enquanto a Reag Capital Holding ficou com a parte ligada à instituição de pagamento.

Hoje, o Will Bank se transformou em peça essencial para o futuro do Master. Mesmo em meio à crise, analistas ainda enxergam o banco digital como um ativo estratégico, com base sólida de clientes e potencial de expansão.

Pressão do Banco Central

Nos bastidores, o Banco Central acompanha os movimentos da instituição. A expectativa é que o Master consiga vender ativos e ganhar tempo.

No entanto, cresce a percepção de que o regulador pode aplicar regime de resolução se o banco não mostrar avanços.

O mercado opera em clima de alerta. Para credores e investidores, o risco de colapso no mercado de CDBs aumenta caso o Master não levante liquidez rapidamente. Essa incerteza elevou a cautela e reforçou a pressão sobre a gestão.

Luiz Fernando

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.

Licenciado em Letras e Graduando em Jornalismo pela UFOP; Atua como redator realizando a cobertura sobre política, economia, empresas e investimentos.